São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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Governo projeta crescimento de até 14% na dívida pública

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo divulgou ontem a previsão de que a dívida pública federal fechará o ano entre R$ 1,450 trilhão e R$ 1,6 trilhão. No ano passado, a dívida federal somou R$ 1,4 trilhão, o dobro da arrecadação do governo federal no mesmo período.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que um dos motivos para o aumento da dívida neste ano será o empréstimo de R$ 100 bilhões do governo ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O Planalto ainda não anunciou quanto do empréstimo virá da emissão de títulos e quanto do recurso em caixa, que normalmente é usado para abater a dívida pública e reduzir o pagamento de juros.
Uma das preocupações deste ano é a volatilidade no mercado de títulos públicos por causa da crise. Quanto mais volátil o mercado, maiores são os juros pedidos pelos investidores.
"Não projetamos volatilidade alta, mas temos que estar preparados para isso", disse o secretário. Segundo ele, um dos objetivos da administração da dívida é reduzir os custos de financiamento do governo.
Nas projeções do Tesouro, a necessidade de financiamento do governo federal será de R$ 309,2 bilhões, valor que já exclui os recursos do orçamento. No ano passado, a necessidade de financiamento era de R$ 349,8 bilhões. Esse é o montante que o governo terá que emitir em títulos para rolar a dívida, pagar juros e cobrir gastos.
Segundo o secretário, a necessidade de financiamento externo é de US$ 7,4 bilhões, mas metade desse valor já foi captada. Ao longo de 2009, a conta de juros a serem pagos soma R$ 78,6 bilhões, dos quais R$ 68,9 bilhões irão para investidores que compraram títulos no Brasil, e R$ 9,7 bilhões, no exterior.
As projeções divulgadas ontem estão no PAF (Plano Anual de Financiamento), que estabelece as metas para a gestão da dívida do governo no ano. Entre os parâmetros descritos estão os limites mínimo e máximo para a composição da dívida no ano. Por exemplo, do total dos títulos na carteira do Tesouro Nacional, quantos serão prefixados, quantos serão remunerados pela inflação, câmbio ou pela Selic.
Por causa da crise, o governo decidiu ampliar o intervalo entre as projeções mais baixas e mais altas. O maior intervalo de tolerância está nos títulos remunerados pela Selic. O Tesouro prevê que, até o fim do ano, entre 32% e 38% de todos os títulos serão atrelados à taxa básica de juros. No fim de 2008, 32,4% dos títulos eram indexados à Selic.


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