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Governo projeta crescimento de até 14% na dívida pública
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo divulgou ontem a
previsão de que a dívida pública
federal fechará o ano entre R$
1,450 trilhão e R$ 1,6 trilhão.
No ano passado, a dívida federal somou R$ 1,4 trilhão, o dobro da arrecadação do governo
federal no mesmo período.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse
que um dos motivos para o aumento da dívida neste ano será
o empréstimo de R$ 100 bilhões do governo ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O Planalto ainda não anunciou quanto do empréstimo virá da emissão de títulos e quanto do recurso em caixa, que
normalmente é usado para
abater a dívida pública e reduzir o pagamento de juros.
Uma das preocupações deste
ano é a volatilidade no mercado
de títulos públicos por causa da
crise. Quanto mais volátil o
mercado, maiores são os juros
pedidos pelos investidores.
"Não projetamos volatilidade alta, mas temos que estar
preparados para isso", disse o
secretário. Segundo ele, um dos
objetivos da administração da
dívida é reduzir os custos de financiamento do governo.
Nas projeções do Tesouro, a
necessidade de financiamento
do governo federal será de R$
309,2 bilhões, valor que já exclui os recursos do orçamento.
No ano passado, a necessidade
de financiamento era de R$
349,8 bilhões. Esse é o montante que o governo terá que emitir
em títulos para rolar a dívida,
pagar juros e cobrir gastos.
Segundo o secretário, a necessidade de financiamento externo é de US$ 7,4 bilhões, mas
metade desse valor já foi captada. Ao longo de 2009, a conta de
juros a serem pagos soma R$
78,6 bilhões, dos quais R$ 68,9
bilhões irão para investidores
que compraram títulos no Brasil, e R$ 9,7 bilhões, no exterior.
As projeções divulgadas ontem estão no PAF (Plano Anual
de Financiamento), que estabelece as metas para a gestão da
dívida do governo no ano. Entre os parâmetros descritos estão os limites mínimo e máximo para a composição da dívida
no ano. Por exemplo, do total
dos títulos na carteira do Tesouro Nacional, quantos serão
prefixados, quantos serão remunerados pela inflação, câmbio ou pela Selic.
Por causa da crise, o governo
decidiu ampliar o intervalo entre as projeções mais baixas e
mais altas. O maior intervalo de
tolerância está nos títulos remunerados pela Selic. O Tesouro prevê que, até o fim do ano,
entre 32% e 38% de todos os títulos serão atrelados à taxa básica de juros. No fim de 2008,
32,4% dos títulos eram indexados à Selic.
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