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Ford perde US$ 14,6 bi, o maior prejuízo em 105 anos
Montadora afirma, no entanto, que não pretende recorrer à ajuda do governo
Petroleira Shell tem o primeiro prejuízo em uma década e japonesa Sony espera ter resultado negativo após 14 anos
DA REDAÇÃO
Segunda maior montadora
dos Estados Unidos e um dos
ícones da economia americana,
a Ford teve em 2008 o maior
prejuízo da história da empresa, fundada em 1903, mas disse
que não recorrerá à ajuda estatal, como fizeram as rivais General Motors e Chrysler.
Em um ano marcado inicialmente pela alta dos preços dos
combustíveis (resultado da cotação recorde do petróleo) e depois pelo agravamento da recessão, a Ford mundial perdeu
US$ 14,6 bilhões, superando os
US$ 12,6 bilhões de 2006, que
eram o pior resultado da empresa até então -de 2001 para
cá, a empresa teve só três anos
de lucro e acumula perdas de
US$ 30,5 bilhões nesse período.
No entanto, a perda ficou ainda
distante dos US$ 38,7 bilhões
registrados pela GM em 2007.
Apenas nos últimos três meses do ano passado, a Ford perdeu US$ 5,9 bilhões e teve que
recorrer a US$ 5,5 bilhões do
seu caixa para cobrir os gastos.
Ainda assim, a montadora afirmou que, salvo uma retração
econômica muito grave ou a falência de uma das suas rivais,
não seguirá o mesmo caminho
de GM e Chrysler, que pediram
empréstimo de US$ 17,4 bilhões do governo americano.
"A Ford tem liquidez suficiente para atravessar esta desaceleração global e manter
nossos projetos de produtos
sem a ajuda de empréstimos-ponte do governo", afirmou
Alan Mulally, presidente-executivo da empresa. A montadora estima uma queda de 10%
nas suas vendas globais neste
ano e que deixará de ficar no
vermelho a partir de 2011. As
suas vendas nos EUA, seu principal mercado, recuaram 20%
em 2008 na comparação com o
ano anterior.
Ainda assim, a empresa disse
que decidiu retirar todos os
US$ 10,1 bilhões que tinha disponíveis em linhas de crédito
em bancos. Segundo ela, a decisão foi motivada pelos temores
com a instabilidade dos mercados financeiros. Além disso, a
Ford anunciou a demissão de
1.200 funcionários do seu braço de financiamento, cerca de
20% do total de trabalhadores.
Mais balanços
Com a economia se desacelerando em todo o mundo, especialmente desde setembro do
ano passado, os resultados das
empresas apontam que os graves problemas se espalharam
por praticamente todos os setores. A Shell, a segunda maior
companhia petrolífera mundial, teve no quarto trimestre
do ano passado o primeiro prejuízo em uma década. Ela perdeu US$ 2,81 bilhões de outubro a dezembro de 2008, ante
lucro de US$ 8,47 bilhões um
ano antes.
A japonesa Sony perdeu US$
197 milhões no quarto trimestre de 2008 e espera prejuízo
também para o seu ano fiscal,
que se encerra em março. Se
confirmado, será o primeiro em
14 anos. A Toshiba também disse que estima prejuízo para o
ano fiscal, após perda de US$
1,35 bilhão no quarto trimestre.
Na contramão, a Amazon teve um avanço de 9% no seu lucro, para US$ 225 milhões.
Com agências internacionais
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