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Acordos de redução de jornada e salários avançam nas autopeças
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Metalúrgicos das fábricas de
autopeças MWM e Sabó, ambas em São Paulo, aprovaram
ontem propostas de redução de
jornada de trabalho e de salário. Na quarta-feira, trabalhadores da Valeo também aprovaram redução. E, hoje, 600
empregados da Samot vão deliberar sobre acordo semelhante. Sob efeito da contração na
indústria automobilística, as
autopeças tentam adequar sua
produção à demanda atual.
Na MWM, a redução da jornada é de 20% e a dos salários,
de 17,5%. O acordo, válido a
partir do dia 1º, é de 90 dias e
garante estabilidade no emprego por até 135 dias. A empresa
não quis se manifestar, mas
afirmou, por meio de sua assessoria, que "todos os colaboradores participam do acordo".
Miguel Torres, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo, que mediou a negociação, diz que já em novembro
a MWM apresentou queda na
produção e implementou banco de horas e férias coletivas.
Segundo Torres, a fabricante
tem 2.799 empregados, mas,
para sua produção atual, precisaria de apenas 2.100.
Para os 1.600 metalúrgicos
da Sabó, a jornada será reduzida em um dia da semana e os
salários, em 12%, respeitado o
piso de R$ 920 da categoria. O
acordo é válido por 90 dias, a
partir de 2 de fevereiro, e garante estabilidade de seis meses. Torres diz que a Sabó teve
queda de 35% na produção.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, há 120
negociações em curso -90%
envolvem autopeças. Torres
estima que até 40% dos gastos
dessas empresas sejam com
mão-de-obra. Ele diz que o sindicato só aceita discutir redução de jornada e salário se a empresa comprovar quedas de faturamento e produção e tiver
tentado antes outras medidas.
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