São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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Acordos de redução de jornada e salários avançam nas autopeças

NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Metalúrgicos das fábricas de autopeças MWM e Sabó, ambas em São Paulo, aprovaram ontem propostas de redução de jornada de trabalho e de salário. Na quarta-feira, trabalhadores da Valeo também aprovaram redução. E, hoje, 600 empregados da Samot vão deliberar sobre acordo semelhante. Sob efeito da contração na indústria automobilística, as autopeças tentam adequar sua produção à demanda atual.
Na MWM, a redução da jornada é de 20% e a dos salários, de 17,5%. O acordo, válido a partir do dia 1º, é de 90 dias e garante estabilidade no emprego por até 135 dias. A empresa não quis se manifestar, mas afirmou, por meio de sua assessoria, que "todos os colaboradores participam do acordo".
Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que mediou a negociação, diz que já em novembro a MWM apresentou queda na produção e implementou banco de horas e férias coletivas. Segundo Torres, a fabricante tem 2.799 empregados, mas, para sua produção atual, precisaria de apenas 2.100.
Para os 1.600 metalúrgicos da Sabó, a jornada será reduzida em um dia da semana e os salários, em 12%, respeitado o piso de R$ 920 da categoria. O acordo é válido por 90 dias, a partir de 2 de fevereiro, e garante estabilidade de seis meses. Torres diz que a Sabó teve queda de 35% na produção.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, há 120 negociações em curso -90% envolvem autopeças. Torres estima que até 40% dos gastos dessas empresas sejam com mão-de-obra. Ele diz que o sindicato só aceita discutir redução de jornada e salário se a empresa comprovar quedas de faturamento e produção e tiver tentado antes outras medidas.


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