São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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Recessão se aprofunda nos EUA, mostram estatísticas

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Três relatórios divulgados ontem pelo governo americano se somaram à pilha de notícias ruins para a economia do país e mostraram a face real de uma recessão que se aprofunda. O número de pessoas que pediram pela primeira vez seguro-desemprego subiu para 588 mil só na semana passada, a venda de casas novas caiu 14,7% e as encomendas de bens duráveis caíram 2,6% em dezembro.
Os pedidos de seguro-desemprego da semana que terminou em 24 de janeiro observaram um aumento de 3.000 pessoas em comparação com a semana anterior -a expectativa era uma queda de 4.000 solicitações. Os totais foram divulgados após ajustes do Departamento do Trabalho, e o resultado da semana passada terminou com apenas mil pedidos abaixo da pior cifra desde a recessão de 1982 -que fora alcançada em dezembro.
A taxa de desemprego dos EUA está em 7,2%, a mais dramática em 16 anos, após a perda de 2,6 milhões de postos de trabalho desde o início da recessão, em dezembro de 2007. O presidente Barack Obama expressou temor de que o nível de desemprego chegue aos dois dígitos neste ano.
O Departamento do Comércio informou que a venda de imóveis novos para uma família caiu 14,7% em dezembro, projetando um ritmo anual de 331 mil por ano (ajustado sazonalmente) -uma baixa recorde. Foi a quinta queda mensal consecutiva.
No total sem ajuste sazonal, 482 mil casas de todos os tipos foram vendidas em 2008, 37,8% a menos do que em 2007. É o pior resultado desde 1982.
O preço das casas também caiu. O valor médio de venda em dezembro ficou em US$ 246,9 mil, queda de 13,2% em relação a um ano antes.
O Departamento do Comércio também divulgou ontem que negócios dos EUA encomendaram menos bens duráveis (como computadores, móveis, equipamentos de construção e veículos) em dezembro, antevendo meses ruins.
As encomendas caíram 2,6% no mês passado, chegando ao valor de US$ 176,8 bilhões. Em novembro, o decréscimo havia sido ainda maior, de 3,7%.
Para todo o ano de 2008, as encomendas caíram 5,7%, cifra superior apenas à queda de 10,7% em 2001.


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