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Crise ajuda Petrobras a obter recorde no comércio exterior
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O aumento na produção e a
crise ajudaram a Petrobras a
atingir recorde no saldo de exportações e importações de petróleo e derivados. A conta fechou positiva em US$ 2,9 bilhões em 2009, revertendo o
deficit de US$ 927 milhões no
ano anterior.
O cálculo leva em consideração apenas compra e venda de
petróleo e derivados, sem usar
os dados sobre gás natural. O
saldo indica menor dependência em relação ao petróleo e aos
derivados fornecidos por outros países -mas pode não se
manter tão robusto ao longo de
2010.
O aumento nos volumes enviados para o exterior se deve,
segundo a Petrobras, ao aumento da produção total de petróleo no país. Conforme a empresa divulgou há uma semana,
sua produção interna de petróleo cresceu 6,2% em 2009.
A Petrobras importa petróleo mais leve do que o que produz no Brasil porque a maior
parte das refinarias não processa o produto brasileiro, que é
mais pesado. O óleo leve é mais
caro. A empresa também compra fora cerca de um quarto do
diesel que é consumido no país.
Em relação ao diesel, o país
exportou 43% menos em volume porque, segundo a empresa,
houve maior produção nas refinarias brasileiras, além do efeito da crise sobre o consumo do
produto.
O analista de petróleo do
Banco do Brasil Investimentos
Nelson Rodrigues lembra, ainda, que, como os reservatórios
das usinas hidrelétricas mantiveram-se cheios, e a demanda
de energia foi afetada pela crise,
o país não precisou ligar usinas
térmicas a diesel, reduzindo o
consumo do combustível.
Para Rodrigues, a empresa dá
sinais de ter melhorado a eficiência das refinarias. Isso teria
aumentado o aproveitamento
interno do petróleo pesado dos
campos brasileiros.
Indicativo disso seria o fato
de o Brasil ter conseguido reduzir a diferença de preço entre o
petróleo que compra lá fora e o
petróleo nacional que é exportado. Em seus cálculos, essa diferença, historicamente em
15%, caiu para cerca de 4%.
"Não está faltando petróleo
no mundo. Não é por um fator
de mercado que o petróleo brasileiro está se valorizando."
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