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MERCADO ABERTO
Investidor está inseguro, diz Leme
Os investidores estrangeiros
receberam com cautela a indicação e as primeiras declarações do novo ministro
da Fazenda, Guido Mantega. Eles
ainda esperam uma definição
mais clara de Mantega a respeito
dos rumos que ele pretende dar à
política econômica.
A afirmação é do economista
Paulo Leme, da Goldman Sachs,
que, na terça-feira, participou de
uma conferência com mais de
150 investidores estrangeiros para analisar a troca do comando
no Ministério da Fazenda.
Segundo Leme, a mudança na
economia já provocou reflexo
nos investimentos de fora em títulos de renda fixa no país. De
acordo com ele, as aplicações caíram de US$ 12 bilhões para US$ 9
bilhões, e uma das razões, a seu
ver, foi a desconfiança por parte
do investidor em relação à política econômica.
Uma das maiores incertezas
dos investidores externos, de
acordo com Leme, é saber se
Mantega irá ou não manter a política fiscal restritiva adotada pela
equipe de Palocci e se terá força
política para resistir à pressão de
gastos num ano eleitoral. Há
também muitas dúvidas sobre
juros e câmbio. "Não está clara a
posição do novo ministro em relação a esses temas", afirma.
Para ele, o que deixou os investidores inseguros foram as declarações de Mantega, consideradas
controversas. Segundo o economista, o mercado não entendeu
muito bem o ministro quando
ele disse que o Brasil precisava de
taxas civilizadas de juros ou também quando afirmou que mantém suas idéias históricas. "Essas
declarações levaram o investidor
a acender o sinal amarelo para o
Brasil", afirma Leme.
O economista diz que dois passos serão importantes no curto
prazo para avaliar melhor a política a ser desenvolvida por Mantega. Em primeiro lugar, a escolha da equipe. E, em segundo, a
fixação, amanhã, da nova TJLP,
na reunião do Conselho Monetário Nacional, da qual fará parte.
DEZ ANOS NA TV
Conhecido pelos seriados de comédia americanos, como
"Desperate Housewives" e "Seinfeld", o canal Sony comemora
dez anos no Brasil com festa em São Paulo hoje. Sergio Pizzolante, vice-presidente e co-gerente dos canais da Sony Pictures
Entertainment, veio ao Brasil especialmente para o evento e diz
que o mercado brasileiro está longe da saturação. "Ainda temos muito espaço para crescer." O canal espera expandir em
70% o número de espectadores neste ano e em 40% o faturamento em dólares. Para isso, a estratégia é deixar de investir
apenas em "sitcoms" (comédias de situação), criar formatos,
reinventar programas antigos e pensar na "atitude" do canal,
explica o executivo. "O primeiro mercado que nos notou foi o
brasileiro, ele significa o mundo para nós", diz. Segundo Pizzolante, em termos de afiliados, qualquer crescimento seria orgânico, pois o Sony já está em todas as bases de operadoras.
SEM REGISTRO
A ANP (Agência Nacional do
Petróleo) decidiu cancelar o registro de cinco distribuidoras
por irregularidades e descumprimento das portarias que regulamentam as atividades dessas
empresas. Foram cancelados os
registros das distribuidoras FC,
Nascar, LM, Geraes e Química
Paulista. Na ANP, é grande a
preocupação com o crescente
número de liminares concedidas
a distribuidoras no PR e em SC
para que funcionem sem a sua
autorização. Desde 2003, já foram concedidas 12 liminares.
QUALIFICAÇÃO
Melhorou nos últimos anos o
perfil do estrangeiro que vem ao
Brasil para trabalhar no mercado
formal. Em 1998, só 31% dos 13,8
mil trabalhadores do exterior
que vieram ao país tinham formação superior completa, contra 46% de um total de 24,1 mil
profissionais de fora no ano passado, segundo levantamento do
escritório Libertuci Advogados
com dados do Ministério do Trabalho. Na outra ponta, eram 63
trabalhadores estrangeiros só
com o primeiro grau completo
em 2005, contra 280 em 1998.
NA MÍDIA
Com investimento de R$ 1 milhão, a OceanAir estréia hoje sua
maior campanha institucional
na mídia, com o slogan "Você
Faz a Gente Crescer". A ação começa com inserções nos intervalos do "Jornal Nacional" e da novela "Belíssima", na Globo.
CHEIA DE ENERGIA
A cúpula da BR Distribuidora
está muito entusiasmada com o
próximo leilão de energia, que
será em junho. A idéia, que conta
com a aprovação do governo federal, é entrar pesado na disputa.
CRISE DE IDENTIDADE
O presidente Lula chamou várias vezes o principal executivo
da Fiat, Luca di Montezemolo,
de Montesinos, durante o Fórum
Brasil-Itália, ontem, em SP. Vladimiro Montesinos foi braço-direito do ex-presidente Fujimori
no Peru e acabou preso.
EM MARTE
A GM promove no fim de semana megafeirão com mais de
5.000 veículos novos e seminovos, em área no Campo de Marte, em SP. Será a segunda vez que
a montadora utilizará o espaço.
FREADA
As montadoras esperam que o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, adote medidas com o objetivo de desvalorizar o real
em relação ao dólar. Se o câmbio se mantiver no atual patamar, as
exportações de automóveis devem despencar neste ano. A Volks,
por exemplo, está neste exato momento reavaliando o volume de
exportação do Fox para 2006, carro que é produzido exclusivamente no Brasil até agora. Em 2005, foram exportados 100 mil
Fox, e a previsão para este ano era de 105 mil. Segundo Richard
Schües, diretor da Volks e vice-presidente de logística da Anfavea,
a exportação do Fox deve ter uma queda de até 20% neste ano. "O
Brasil está perdendo competitividade com o câmbio atual", diz.
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