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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Juro precisa cair mais para aliviar câmbio, diz Werlang
A queda do dólar, que ontem
atingiu o seu valor mais baixo
desde 2001, não se explica apenas pelos números positivos da
balança comercial, mas principalmente pela política do Banco Central. A melhor alternativa, hoje, para conter a valorização do real seria o Banco Central aumentar o ritmo do corte
de juros.
A opinião não é de nenhum
representante da indústria, o
setor mais atingido com a valorização do câmbio, mas do economista Sérgio Werlang, ex-diretor do Banco Central e atualmente diretor do Banco Itaú.
Werlang elege dois fatores
principais para essa queda do
dólar, ambos parte da política
adotada pelo Banco Central.
Em primeiro lugar, o fato de a
autoridade monetária ter baixado o ritmo de compra de dólar no mercado, o que provocou
um aumento da pressão sobre o
câmbio.
Além disso, o fato de o BC ter
reforçado nas últimas atas do
Copom que iria manter o ritmo
de corte da Selic em 0,25 ponto
percentual, que é mais uma
pressão para a valorização do
câmbio.
O economista não acha que a
recente revisão do PIB seja o
principal fator para justificar a
apreciação do câmbio. A melhora dos indicadores da economia com os novos números
do PIB só ajuda, na opinião de
Werlang, ao Brasil a acelerar o
processo para melhorar a classificação de risco conferido pelas agência de rating.
Segundo Werlang, o país pode atingir o grau de investimento em um ano e meio, e não
mais em dois anos, como se
previa. "Não me parece que a
revisão do PIB seja um motivo
forte o suficiente para explicar
essa forte apreciação do câmbio", diz.
Para conter a queda do dólar,
o Banco Central pode certamente optar por aumentar o
ritmo de compra das reservas
novamente. Mas, de acordo
com Werlang, a opção mais eficiente seria mesmo a de aumentar o ritmo de corte da Selic. Em vez de 0,25 ponto percentual, o BC deveria ampliar o
corte para 0,5.
NA CADEIRA
O chileno Victor Hugo Moscoso acaba de deixar Washington e o grupo de especialistas em financiamento ao setor financeiro e ao mercado de capitais do BID para assumir o
cargo de diretor da Brazilian Capital, especializada em projetos de desenvolvimento e finanças estruturadas. O executivo chega em um momento de expansão da empresa, que, no
ano passado, mais que dobrou de tamanho. Para este ano, é
prevista uma expansão de 50%. A Brazilian Capital faz parte
da holding BFRE (Brazilian Finance Real Estate Participações), dirigida por Fábio Nogueira, que abraça ainda a Brazilian Securities e a Brazilian Mortgages -também dirigida
por Nogueira.
VIBRATO
A tradicional casa inglesa Christie's vai leiloar, no próximo mês, um raro violino da marca Stradivarius, de 1729, com preço mínimo estimado em US$ 1 mi; os interessados podem fazer "test-drive"
ALÔ, PROPAGANDA
A MPM estréia sua primeira campanha para as
operadoras Telemig e Amazônia Celular, clientes conquistados em fevereiro. No
primeiro trabalho, que conta com filme, mobiliário urbano e material de ponto de
venda, a agência vai divulgar
planos pós-pagos e convidar
o consumidor a visitar o site
das empresas.
INCLUSÃO
A Fischer América acaba
de criar, voluntariamente,
para a Ação Comunitária
uma peça para internet sobre inclusão social.
NA PRAIA
A Cosil e a Rossi farão um
empreendimento em Santos, com investimento de
R$ 45 milhões.
EDUCAÇÃO
Será lançado na próxima
terça, em São Paulo, o livro
"DNA da Educação", organizado pelo Instituto DNA
Brasil, presidido por Horacio Lafer Piva. O livro, que é
resultado de dois dias de debates entre especialistas e
parlamentares, foi lançado
ontem em Brasília, em audiência pública na Câmara.
SAÚDE
A Unibanco AIG Seguros
& Previdência espera triplicar sua carteira de saúde nos
próximos 18 meses.
COMUNICAÇÃO
Josh Gottheimer, ex-assistente e ex-porta-voz de
Bill Clinton, confirmou presença no décimo Congresso
Brasileiro de Comunicação
Corporativa, que acontece
em maio.
TROCA
Após três anos na presidência da Puma Brasil, Andrew Forbes Schmitt se despede do cargo. Ele permanecerá no mercado brasileiro.
Klaus Griash vem da Alemanha para ocupar provisoriamente a posição.
DESAFIO
Rinaldo Campos Soares,
presidente da Usiminas, assume, no dia 29 de maio, a
presidência do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia)
para um mandato de dois
anos, no lugar de Luiz André
Rico Vicente. O empresário
Akio Minura, presidente da
Nippon Steel, sócia da Usiminas, confirmou presença.
Há 18 anos à frente da Usiminas, Rinaldo é o executivo
mais longevo no comando
de uma companhia no país.
Aos 68 anos, ele trabalha há
37 na siderúrgica, seu primeiro emprego. Agora, ele
pilota um plano de investimento de US$ 8,4 bilhões da
empresa até 2015.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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