São Paulo, domingo, 30 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MEMÓRIA

Falta paixão, afirma Lula ao comentar sindicalismo

da Reportagem Local

Há 20 anos, o Brasil enfrentou a maior greve de trabalhadores de sua história.
Em abril de 1980, cerca de 140 mil metalúrgicos da região do ABC paulista fizeram uma paralisação durante 42 dias. A manifestação, que ficou conhecida como "greve pipoca", pois estourou em diversas fábricas da região, cresceu e tornou-se um dos mais importantes movimentos políticos do fim da ditadura militar.
Na época, os trabalhadores reclamavam melhores condições de trabalho, como maior salário, e pediam liberdade e democracia.
O presidente era o general João Batista Figueiredo, que assumira o cargo havia pouco mais de um ano, e o país assistiu a uma manifestação espontânea de apoio aos grevistas. Enquanto vários dirigentes de sindicatos eram presos, os trabalhadores se reuniram, no dia 1º de maio, em um ato público para mostrar indignação contra a ditadura militar.
Luiz Inácio Lula da Silva, que surgiu como liderança sindical na greve de 1978, ficou preso durante 31 dias em abril.
"Em 80, para entrar na Volkswagen, por exemplo, você tinha de estourar o cadeado do portão", disse Lula na sexta-feira passada. "Hoje o sindicalista é recebido com tapete vermelho pela comissão de fábrica e pode até tomar um chá com eles lá dentro. Por outro lado, acredito que falta paixão no movimento sindical."
Em abril de 1980, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema foi cassada e, em 1 º de maio, os trabalhadores se reuniram, no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, para protestar contra a repressão política.
O governador do Estado de São Paulo era Paulo Maluf, que pôs 12 mil policiais nas ruas do ABC paulista para controlar a situação. Onze dias depois da manifestação de 1º de maio, a greve acabou. Havia o temor dos trabalhadores de serem substituídos e perder o emprego. Em 12 de maio, uma assembléia geral, em São Bernardo, decidiu pela volta dos empregados ao trabalho. Mas o sindicalismo ganhou força. (AM)




Texto Anterior: Data marca protestos nos EUA
Próximo Texto: Mídia: Novo jornal econômico circula na terça
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.