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PESQUISA
Tomateiro "Finestra" pode ser cultivado em apartamentos com pouco espaço
Embrapa lança tomate ornamental
ALEXA SALOMÃO
DA REDAÇÃO
O tomatinho cereja está ganhando um concorrente, o tomate "Finestra", desenvolvido pela
divisão de hortaliças da Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária).
Além das proporções diminutas
(o fruto é um pouco menor que
uma ameixa), o novo tomate tem
outro diferencial: vem no pé, como na horta, acomodado em um
vaso, para ser utilizado na decoração de ambientes. Essa característica rendeu-lhe o nome: "finestra"
em italiano significa janela.
"Os tomates são comestíveis.
No entanto, podem ser utilizados
para decorar apartamentos, como
se fossem flores expostas na janela", diz o engenheiro agrônomo
Assis Carvalho, da área de Comunicação e Negócios da Embrapa.
Um "bonsai"
O nome científico desse tipo de
planta é tomate de crescimento
determinado -pára de se desenvolver quando atinge a altura média de 40 centímetros. Seria uma
espécie de tomateiro "bonsai"
(pequenas árvores japonesas, podadas para não crescer).
Cada "Finestra" pode dar entre
40 e 50 frutos, com até 40 gramas.
Os frutos têm um alto Brix (unidade de medida que exprime o índice de açúcar dos alimentos), por
isso, o sabor é mais adocicado e
menos ácido -assemelha-se ao
dos tomates silvestres.
O cultivo do Finestra é simples,
mas exige cuidados. As mudas só
podem ser transferidas para os
vasos 25 dias após o plantio. Os
frutos brotam depois de aproximadamente dois meses. O tomateiro oferece uma única colheita.
"Em um tomateiro normal, novas ramificações permitem muitas colheitas, mas em uma planta
de crescimento determinado isso
não é possível", explica o engenheiro agrônomo Assis Carvalho.
O tomateiro da Embrapa foi desenvolvido como uma planta ornamental que também pudesse
oferecer opção alimentar ao consumidor final das grandes cidades, que quer produtos mais naturais, mas não tem espaço em casa para cultivar alimentos. Também foi pensado como alternativa
de mercado para os pequenos
produtores e floristas. A equipe
do pesquisador Leonardo Giordano levou quatro anos para desenvolvê-lo.
Mercado
O potencial de mercado do novo tomate vem sendo avaliado em
Brasília pela In Vitro, empresa
voltada ao desenvolvimento e comercialização de mudas. A venda
do primeiro lote, com 3.000 unidades, mostrou que era preciso
aprimorar os vasos e os métodos
de transporte, para evitar danos
no carregamento.
Por enquanto, está em destaque
o apelo ornamental. Os vasos só
podem ser encontrados em floriculturas da cidade, a preços que
variam de R$ 5 a R$ 6 a unidade.
Atacadistas que respondem pela distribuição da In Vitro no Distrito Federal também apresentaram o "Finestra" para redes de supermercados nacionais, que estão
avaliando a viabilidade para a
venda em maior escala, informa o
diretor da In Vitro, Cleison Duval.
Em São Paulo, a gerência de
qualidade da Veiling Holambra,
cooperativa agroindustrial, já tem
sementes do "Finestra" e está selecionando um produtor para
realizar o plantio e acompanhar o
desenvolvimento da planta. "O
Finestra tem um nicho bem específico de mercado", diz o gerente
de qualidade da cooperativa, Paulo Van Den Broek. Testes também
estão sendo realizados em outros
Estados, como Goiás e Rio Grande do Sul, diz Carvalho, da Embrapa.
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