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País precisa diversificar produção
DO ENVIADO A RIBEIRÃO PRETO
A diversificação da produção é
a palavra de ordem tanto para o
secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, quanto para o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes.
Para Meirelles, a diversificação e
a falta de uma mentalidade para o
produtor de que é importante
agregar valor à produção são duas
das principais deficiências do
agronegócio paulista atualmente.
Um exemplo é o café. São Paulo
é um dos maiores produtores de
café do mundo, mas, em vez de
agregar valor, vende o café verde,
como commodity.
E isso não ocorre por falta de infra-estrutura em São Paulo: o Estado tem tecnologia suficiente para transformá-lo em produtos
com maior valor de troca para o
mercado internacional, mas falta
incentivo para que isso aconteça.
O ministro Pratini de Moraes
vai mais longe: a diversificação da
produção paulista, apesar de pequena, é superior à do resto do
país, o que é um problema a ser
resolvido pelo governo a partir de
políticas agrárias de incentivo à
diversificação, sem perder o foco
do aumento de rentabilidade para
o produtor.
Centros de tecnologia
Uma das medidas do governo
estadual para tentar melhorar esse quadro é a criação de centros
de tecnologia, que vão integrar os
seis institutos de pesquisa agropecuária do Estado para atender à
demanda real de regiões específicas, de acordo com a vocação e as
possibilidades locais.
O primeiro centro foi inaugurado na semana passada na cidade
de Assis (427 km a oeste de SP) e
mais 15 devem ser criados até o final deste ano.
Outro projeto que vai tentar
conscientizar o produtor paulista
da necessidade de agregar valor e
diversificar a sua produção será
lançado na próxima quarta-feira.
O objetivo desse projeto será
construir galpões de cerca de
1.000 m2 em alguns municípios,
em parceria com as prefeituras locais. Neles serão implantados
equipamentos e demonstradas
técnicas de processamento de, pelo menos, cinco culturas existentes na região.
Assim, os produtores poderão
comprovar as vantagens de agregar valor a sua produção, em busca de maior rentabilidade. O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio
às Micros e Pequenas Empresas)
também participará do projeto
mostrando aos produtores como
organizar o novo negócio.
Isso evitaria que os produtores
enfrentassem dificuldades desnecessárias, acabando por abandonar o projeto.
"É claro que o produtor só diversifica se quiser, mas, com isso
ele poderá ver o que é melhor para si", diz Meirelles.
(JSO)
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