São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

País precisa diversificar produção

DO ENVIADO A RIBEIRÃO PRETO

A diversificação da produção é a palavra de ordem tanto para o secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, quanto para o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes.
Para Meirelles, a diversificação e a falta de uma mentalidade para o produtor de que é importante agregar valor à produção são duas das principais deficiências do agronegócio paulista atualmente.
Um exemplo é o café. São Paulo é um dos maiores produtores de café do mundo, mas, em vez de agregar valor, vende o café verde, como commodity.
E isso não ocorre por falta de infra-estrutura em São Paulo: o Estado tem tecnologia suficiente para transformá-lo em produtos com maior valor de troca para o mercado internacional, mas falta incentivo para que isso aconteça.
O ministro Pratini de Moraes vai mais longe: a diversificação da produção paulista, apesar de pequena, é superior à do resto do país, o que é um problema a ser resolvido pelo governo a partir de políticas agrárias de incentivo à diversificação, sem perder o foco do aumento de rentabilidade para o produtor.

Centros de tecnologia
Uma das medidas do governo estadual para tentar melhorar esse quadro é a criação de centros de tecnologia, que vão integrar os seis institutos de pesquisa agropecuária do Estado para atender à demanda real de regiões específicas, de acordo com a vocação e as possibilidades locais.
O primeiro centro foi inaugurado na semana passada na cidade de Assis (427 km a oeste de SP) e mais 15 devem ser criados até o final deste ano.
Outro projeto que vai tentar conscientizar o produtor paulista da necessidade de agregar valor e diversificar a sua produção será lançado na próxima quarta-feira. O objetivo desse projeto será construir galpões de cerca de 1.000 m2 em alguns municípios, em parceria com as prefeituras locais. Neles serão implantados equipamentos e demonstradas técnicas de processamento de, pelo menos, cinco culturas existentes na região.
Assim, os produtores poderão comprovar as vantagens de agregar valor a sua produção, em busca de maior rentabilidade. O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas) também participará do projeto mostrando aos produtores como organizar o novo negócio.
Isso evitaria que os produtores enfrentassem dificuldades desnecessárias, acabando por abandonar o projeto.
"É claro que o produtor só diversifica se quiser, mas, com isso ele poderá ver o que é melhor para si", diz Meirelles. (JSO)


Texto Anterior: Novo sistema digital pode ler a retina do boi
Próximo Texto: Instrumentos de precisão estão presentes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.