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Relator na Anatel defende nova tele "forte"
Conselheiro diz que negócio entre Brasil Telecom e Oi elevará competição com os grupos estrangeiros Telefónica e Telmex
Presidente da agência, por sua vez, afirma que o uso de tecnologia nacional na nova empresa pode entrar como requisito para a aprovação
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator do processo de modificação da legislação que irá
permitir a compra da Brasil Telecom pela Oi, conselheiro Pedro Jaime Ziller, da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), afirmou ser favorável à operação, com a criação
de uma empresa nacional forte.
A compra, um negócio de R$
5,86 bilhões, foi anunciada na
última sexta-feira.
"A Telefónica é a quarta
maior empresa do mundo, a
Telmex [dona da Embratel] é
sexta ou sétima. A Brasil Telecom e a Oi estão lá pela trigésima [posição]. Então, a condição
de competir no mercado é muito inferior para essas duas", disse Ziller. "Se você junta as duas,
consegue subir para uma posição com mais condição [de
competição]. É bom para o
mercado brasileiro ter três empresas fortes", afirmou.
Segundo ele, o processo de
mudança na lei não entrará em
pauta para votação nos próximos 15 dias, porque ainda não
está pronto. Quando for finalizado, será votado pelo conselho
diretor da agência, que colocará
uma minuta de proposta em
consulta pública por 30 dias.
Depois disso, a Anatel irá
analisar todas as contribuições
e votar uma versão final de alteração, que será enviada ao Ministério das Comunicações. Do
ministério a proposta segue para o presidente da República,
que, se aceitar o texto, publicará decreto com as mudanças. Só
então a compra da Brasil Telecom poderá ser aprovada pela
agência reguladora.
"Se você apresentar [pedido
de anuência prévia à operação]
hoje, e for julgado hoje, com o
PGO [Plano Geral de Outorgas]
existente, não é possível ser feito. Ninguém pode assumir ninguém enquanto a Anatel não
der anuência prévia", afirmou.
O impedimento para que a Oi
compre a Brasil Telecom está
em documento chamado Plano
Geral de Outorgas. Esse plano é
definido por meio de decreto e
divide o país em áreas de concessão -em cada área atua uma
empresa. Pelo texto do decreto,
uma empresa não pode transferir a sua concessão para outra,
que atue em área diferente.
Contrapartidas
O presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, afirmou ontem que o uso de tecnologia nacional na nova empresa pode
entrar em uma eventual lista de
contrapartidas para permitir a
operação. "Ao longo da análise
virão os benefícios à sociedade.
Esperamos que se faça mais
uso da tecnologia nacional",
disse. Ontem, o presidente da
Oi, Luiz Eduardo Falco, esteve
reunido com a direção da Anatel para explicar a operação.
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