São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2008

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Paraguai vai regularizar "brasiguaios"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em visita não-oficial ontem ao Brasil, o vice-presidente eleito do Paraguai, Federico Franco, afirmou que o governo de Fernando Lugo pretende regularizar a situação dos cerca de 500 mil brasiguaios até o final do ano, por meio de um cadastro voluntário que concederá o mesmo status civil de um cidadão paraguaio.
"Será um processo tranqüilo. Os brasileiros que quiserem viver no Paraguai terão os mesmos direitos que cidadãos paraguaios. O presidente Lugo está cuidando disso e vai fazer um cadastro de quem quiser, ninguém vai ser perturbado e a propriedade está garantida", afirmou Franco durante visita ao Senado.
A estratégia do governo brasileiro para solucionar o problema dos brasiguaios é propor um acordo de igualdades de direitos políticos no Mercosul, instituindo ritos burocráticos mínimos para a legalização.

Itaipu
Franco também afirmou que seu governo pretende discutir um "preço justo" para a energia produzida pela hidrelétrica binacional Itaipu para, com novos recursos, financiar investimentos na saúde e na educação. "Não digo o preço justo porque assim não haveria negociação", respondeu, ao ser questionado sobre o valor.
Segundo ele, uma das razões para rediscutir a tarifa de Itaipu é a variação do preço do petróleo nos últimos 25 anos. "O tratado é de 1973, quando o barril do petróleo custava US$ 6. Agora é US$ 110 dólares e o preço da energia é o mesmo, não é justo", declarou.
Franco manteve reuniões com o vice-presidente, José Alencar, com senadores e com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. No final do dia, embarcou de volta ao Paraguai. Segundo apurou a Folha, ele veio avaliar a receptividade do governo brasileiro sobre investimentos lá.
"O Brasil sempre foi generoso com o Paraguai. O acordo é intocável, mas é um assunto que deve ser objeto de diálogo. Somos vizinhos e queremos ser amigos, mas não temos nada a ver com o discurso de campanha que tenha tido lá. Isso é natural e compreendemos", disse José Alencar.


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