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Planalto fará nova reunião sobre reajuste da gasolina
Aumento do diesel deverá ser anunciado primeiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de quase três horas de
reunião na noite de ontem para
discutir o reajuste no preço dos
combustíveis, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva decidiu deixar a decisão para um
outro dia. Lula ouviu os argumentos do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, mas
decidiu aguardar mais um pouco. Nova reunião será marcada
para tratar do tema.
Ontem, o presidente da Petrobras argumentou que o preço do petróleo no mercado internacional quase duplicou
desde o último reajuste, ocorrido em setembro de 2005. Ainda
de acordo com Gabrielli, os custos de produção do setor (como
o aluguel de equipamentos),
acompanharam esse aumento.
Apesar de não ter havido nenhuma decisão, o mercado
aposta em um aumento dividido em duas parcelas de aproximadamente 5% -uma até junho e outra em dezembro. O objetivo é tentar diluir o impacto na inflação até 2009.
O preço dos derivados de petróleo é liberado nas distribuidoras e postos, mas fixado pela
Petrobras nas refinarias. O último reajuste feito foi de 10% para gasolina e de 12% para o diesel. Na ocasião, o barril de petróleo estava em cerca de US$
60. Hoje já ultrapassa a cotação
de US$ 100. Ontem fechou a
US$ 115,63 em Nova York, com
uma queda de 2,63% em relação ao dia anterior.
Em tese, com a liberação do
mercado, em 2002, a Petrobras
deveria reajustar os preços dos
derivados vendidos no mercado interno de acordo com as variações do mercado internacional. Dessa forma, manteria o
seu preço sempre próximo ao
custo de importação de combustíveis, o que poderia vir a
permitir competição no setor.
Um dos medos do governo é
pressionar demais a inflação. A
gasolina representa quase 5%
do IPCA, índice de inflação de
referência para o governo. O
impacto do aumento no diesel é
menor, não chega a 1% do IPCA
e, com isso, a expectativa é que
seja anunciado antes.
Pelos cálculos feitos por consultorias -como RC Consultores e Tendências-, o preço interno dos derivados de petróleo
está com uma defasagem em
relação ao seu custo internacional de aproximadamente 20%
(cerca de 16% para gasolina e
24% para o diesel). Não há expectativa de que a Petrobras faça um reajuste dessa ordem.
Conforme a Folha publicou
na semana passada, a equipe
econômica avalia que, agora,
com o aumento da taxa básica
de juros, seria o momento mais
adequado para o reajuste no
preço da gasolina, já que a estratégia do Banco Central reduziria o impacto do aumento
nos indicadores de inflação.
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