São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2008

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Planalto fará nova reunião sobre reajuste da gasolina

Aumento do diesel deverá ser anunciado primeiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de quase três horas de reunião na noite de ontem para discutir o reajuste no preço dos combustíveis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu deixar a decisão para um outro dia. Lula ouviu os argumentos do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, mas decidiu aguardar mais um pouco. Nova reunião será marcada para tratar do tema.
Ontem, o presidente da Petrobras argumentou que o preço do petróleo no mercado internacional quase duplicou desde o último reajuste, ocorrido em setembro de 2005. Ainda de acordo com Gabrielli, os custos de produção do setor (como o aluguel de equipamentos), acompanharam esse aumento.
Apesar de não ter havido nenhuma decisão, o mercado aposta em um aumento dividido em duas parcelas de aproximadamente 5% -uma até junho e outra em dezembro. O objetivo é tentar diluir o impacto na inflação até 2009.
O preço dos derivados de petróleo é liberado nas distribuidoras e postos, mas fixado pela Petrobras nas refinarias. O último reajuste feito foi de 10% para gasolina e de 12% para o diesel. Na ocasião, o barril de petróleo estava em cerca de US$ 60. Hoje já ultrapassa a cotação de US$ 100. Ontem fechou a US$ 115,63 em Nova York, com uma queda de 2,63% em relação ao dia anterior.
Em tese, com a liberação do mercado, em 2002, a Petrobras deveria reajustar os preços dos derivados vendidos no mercado interno de acordo com as variações do mercado internacional. Dessa forma, manteria o seu preço sempre próximo ao custo de importação de combustíveis, o que poderia vir a permitir competição no setor.
Um dos medos do governo é pressionar demais a inflação. A gasolina representa quase 5% do IPCA, índice de inflação de referência para o governo. O impacto do aumento no diesel é menor, não chega a 1% do IPCA e, com isso, a expectativa é que seja anunciado antes.
Pelos cálculos feitos por consultorias -como RC Consultores e Tendências-, o preço interno dos derivados de petróleo está com uma defasagem em relação ao seu custo internacional de aproximadamente 20% (cerca de 16% para gasolina e 24% para o diesel). Não há expectativa de que a Petrobras faça um reajuste dessa ordem.
Conforme a Folha publicou na semana passada, a equipe econômica avalia que, agora, com o aumento da taxa básica de juros, seria o momento mais adequado para o reajuste no preço da gasolina, já que a estratégia do Banco Central reduziria o impacto do aumento nos indicadores de inflação.


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