São Paulo, Sexta-feira, 30 de Abril de 1999
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IGP-M sobe 0,71% neste mês, diz FGV; no ano, taxa é de 8,2%

VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 0,71% neste mês, segundo divulgou ontem a Fundação Getúlio Vargas. Em março, a alta havia sido de 2,83%; em fevereiro, de 3,61%.
Nos quatro primeiros meses do ano o IGP-M subiu 8,21% e, nos últimos 12 meses, 8,55%.
O secretário de Planejamento, Edward Amadeo, disse à Folha que a inflação medida pelos índices de preços ao consumidor foi "uma surpresa" porque ficou abaixo do previsto, mas ainda é cedo para falar que a tendência da inflação nos próximos meses será de queda.
Amadeo afirmou que o cenário não é confortável, mas já permite ao governo administrar a taxa de juros de acordo com o comportamento da economia. Ele disse que "a situação pós-desvalorização é muito difícil de prever", mas avaliou que o Brasil está se recuperando melhor do que o esperado.
"A consolidação desse processo ainda não se deu", afirmou. Segundo ele, o governo já criou as condições para fazer o ajuste fiscal com as medidas já aprovadas pelo Congresso Nacional e aquelas adotadas pelo Executivo. Isso deverá dar mais credibilidade ao programa de estabilização.
Com isso, disse ele, o crescimento econômico deverá ser retomado no segundo semestre do ano. Para Amadeo, o PIB (Produto Interno Brasileiro, que mede a soma das riquezas produzidas no país) deverá ter queda inferior aos 4% projetados no acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No segundo trimestre deste ano (abril a junho), o PIB ainda deverá registrar queda quando comparado com o resultado do trimestre anterior ou com o do segundo trimestre do ano passado. Amadeo disse que a manutenção na queda dos juros contribuirá para essa recuperação da economia.
Embora a desvalorização do real em relação ao dólar tenha melhorado o preço dos produtos brasileiros no exterior, o governo ainda pretende adotar novas medidas para estimular as exportações. Amadeo disse que já existem algumas idéias, mas não pôde antecipá-las porque nada foi definido.
"O Brasil tem uma economia grande e fechada. Vamos trabalhar para melhorar as exportações e ampliar a abertura econômica.", afirmou.


Colaborou a Reportagem Local



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