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ENERGIA
Cálculo do governo considera economia de 20%; para investir, empresa poderá ter de recorrer a empréstimo externo
Eletrobrás perderá R$ 1,3 bi até dezembro
ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo calculou quanto a
Eletrobrás deverá perder em receitas se o racionamento de energia elétrica for bem sucedido: R$
1,3 bilhão, apenas no período de
junho a dezembro deste ano, já
descontados os impostos que a
estatal deixará de pagar.
A queda de receitas com a venda
de energia irá ocorrer justamente
quando a estatal será demandada
para liderar os investimentos em
geração de energia. A provável solução será tomar empréstimos no
exterior.
Até a próxima semana, o "ministério do apagão" deverá receber a lista de projetos prioritários
do grupo Eletrobrás -que, entre
outras empresas, inclui Furnas,
Chesf e Eletronorte.
No Orçamento estava previsto
investimento total de R$ 3,1 bilhões. A idéia é selecionar os projetos que possam, no curto prazo,
ampliar a oferta de energia. A tendência é que seja ampliado o volume de recursos.
O passo seguinte será montar a
engenharia financeira para bancar os projetos. Nos últimos anos,
os projetos eram tocados basicamente com o caixa da empresa.
Como as receitas vão cair, a empresa deve voltar a se endividar.
O governo traçou três cenários
para o desempenho da Eletrobrás
durante o racionamento. No tido
como o mais provável, no qual a
população cumpriria a meta de
economizar 20%, o grupo Eletrobrás perderia R$ 1,3 bilhão.
Se a economia ficar em 15%, a
perda de receitas da Eletrobrás ficaria em R$ 1 bilhão entre junho e
dezembro. O terceiro cenário trabalha com economia de 10% e
perda de R$ 660 milhões.
Para bancar seus projetos, a Eletrobrás deverá buscar financiamentos no exterior. Os juros cobrados da estatal são muito próximos daqueles pagos pelo Banco
Central em lançamentos de bônus
da República.
Os investidores estrangeiros estão receptivos aos papéis da empresa porque atualmente ela tem
baixo nível de endividamento. Os
empréstimos representam cerca
de 5% do patrimônio líquido (dinheiro investido numa empresa
por seus acionistas).
As regras do ajuste fiscal obrigam a estatal a pagar pelo menos
20% dos empréstimos vencidos a
cada ano. Para que a Eletrobrás
volte a captar no mercado, será
preciso afrouxar esse limite.
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