São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2001

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Elektro quer repassar perdas a consumidor

RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS

A Elektro quer repassar ao 1,6 milhão de clientes a perda de R$ 130 milhões da receita e um aumento de custos em R$ 7 milhões devido ao racionamento de energia. A distribuidora disse ontem que deverá negociar o reajuste da tarifa com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) após a contabilização final do prejuízo.
O repasse do prejuízo será feito só nas negociações do próximo ano, segundo o diretor de operações e coordenador do programa emergencial para racionamento da Elektro, Francisco Fernandes.
A concessionária, com sede em Campinas, prevê uma arrecadação mensal de R$ 6 milhões mensais com a cobrança da sobretaxa determinada pelo governo. As distribuidoras têm uma parcela de 2% referente à sobretaxa.
"Não é suficiente nem para cobrir 10% dos nosso custo adicional", declarou Fernandes.
Haverá multa de 50% aplicada sobre o consumo entre 201 kWh e 500 kWh. Pelo menos 432 mil (27%) clientes da Elektro se encaixam nessa faixa de consumo mensalmente. Acima de 501 kWh, a sobretaxa será de 200% - a concessionária possui 59,2 mil residências nesse perfil.
Quem descumprir as cotas de consumo estará sujeito a um corte de energia de três dias, no primeiro mês, e de seis dias, no caso de reincidência. A Elektro disse que não tem condições de realizar o corte de todos os consumidores que ultrapassarem a meta de consumo estabelecida pelo governo.
"Vamos ter que listar esses consumidores em ordem decrescente de consumo de energia e discutir o critério de corte com a Câmara [de Gestão da Crise de Energia Elétrica]", disse o diretor de operações da Elektro.
Na semana passada, a Elektro registrou queda global de 7,5% no consumo de energia em relação à semana anterior. "Acho prematuro falar em apagão agora, mas, se a meta não for atingida, não vejo outra saída", declarou Fernandes.


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