São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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COMÉRCIO

BB destina US$ 500 mi a exportação para a China

DA ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

O Banco do Brasil vai destinar US$ 500 milhões exclusivamente ao financiamento de exportações brasileiras para a China. A nova linha vai elevar de US$ 8,5 bilhões para US$ 9 bilhões o orçamento deste ano da instituição para crédito aos exportadores. A entidade é a principal financiadora das operações de comércio exterior brasileiras, com 28% do mercado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua viagem de cinco dias à China, na semana passada, também confirmou a abertura do escritório do Banco do Brasil em Xangai. A previsão é que ele esteja funcionando em 40 dias.
O vice-presidente de Operações Internacionais do banco, Rossano Maranhão Pinto, disse que US$ 100 milhões dos US$ 500 milhões serão destinados ao financiamento de exportações de micro e pequenas empresas.
"O escritório em Xangai vai complementar a ação do banco no comércio exterior e fazer a prospecção de negócios entre empresas brasileiras e chinesas", afirmou Pinto.
Além do Banco do Brasil, a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) também inaugurou uma representação em Xangai, a cidade mais rica da China. "Queremos ser, ao lado da BM&F, o ponto de referência do comércio do Brasil na China", disse Pinto.
O governo chinês confirmou, durante a visita do presidente Lula ao país, que tem US$ 4 bilhões disponíveis para investir em projetos de infra-estrutura no Brasil.
A informação foi dada pelo diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, embaixador Mario Vilalva. "Essa viagem [do presidente Lula] será lembrada pela decisão dos chineses de investir pesadamente no Brasil", afirmou.
A entidade responsável pela aplicação dos recursos será a Citic, instituição financeira do governo chinês que realiza investimentos no exterior.
A China tem interesse em investir na melhoria de infra-estrutura no Brasil para garantir um suprimento estável de produtos agrícolas e matérias-primas, como minério de ferro. Esses bens são fundamentais para alimentar a população de 1,3 bilhão de chineses e manter o crescimento próximo de 9% ao ano que o país exibe há mais de duas décadas.
Do lado do Brasil, os investimentos preenchem uma lacuna. Com a meta de economizar 4,25% do PIB para pagar os juros da dívida, o Estado brasileiro não tem capacidade de realizar os pesados investimentos na recuperação da infra-estrutura nacional, o que se transformou em um dos principais entraves à expansão sustentada da economia.
(CLÁUDIA TREVISAN)


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