São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2008

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Agências de classificação não poderão ajudar a elaborar títulos que irão avaliar

DA REDAÇÃO

As mesmas agências de classificação de risco que deram o grau de investimento para o Brasil vêm sendo alvo de críticas no exterior, depois da crise no ano passado do "subprime" (hipotecas de alto risco) nos Estados Unidos. Essas empresas agora foram proibidas de ajudar na elaboração de produtos que elas também irão avaliar, em uma tentativa de evitar conflito de interesses.
A norma da Organização Internacional de Comissões de Títulos (Iosco, na sigla em inglês) inclui as três grandes companhias do setor: Standard & Poor's, Fitch e Moody's -as duas primeiras concederam o grau de investimento para o Brasil nos últimos 30 dias.
"As agências de classificação de risco devem proibir os seus analistas de fazerem propostas ou recomendações em relação à elaboração de títulos financeiros que elas mesmas avaliarão", afirmou em nota a Iosco. A organização instituiu um código de conduta para o setor em 2003 e se reuniu nesta semana, em Paris, para acrescentar novas normas, depois das críticas sofridas nos últimos meses.
Logo no início da crise das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos, em meados do ano passado, agências como S&P, Moody's e Fitch foram criticadas por darem notas altas a títulos lastreados com esses ativos. Com isso, investidores que levaram em conta a classificação das agências apostaram em títulos que rapidamente perderam o seu valor.
Nos últimos meses, dirigentes como o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, criticaram o papel dessas empresas na crise do "subprime". Alguns analistas afirmaram que a nota dada era muito alta e não refletia o risco envolvido.


Com agências internacionais


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