São Paulo, sábado, 30 de maio de 2009

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Grupo canadense fica com a GM na Europa

Governo alemão aprova venda das operações europeias da montadora para a Magna, que recebe financiamento de russos

Venda de ativos pela GM faz parte do processo da nova empresa que será formada após concordata, que deve ser anunciada na segunda

DA REDAÇÃO

O governo alemão aprovou a venda das operações da General Motors na Europa para o grupo canadense Magna. O aval era fundamental para que o negócio fosse adiante, já que a administração de Angela Merkel vai fornecer um empréstimo de 1,5 bilhão para a empresa.
O caminho para a Magna (que conta com o financiamento dos russos do banco Sberbank e da montadora GAZ) foi facilitado depois que a Fiat desistiu de participar das reuniões ontem com o governo alemão e a GM, reclamando das exigências feitas pela montadora norte-americana.
Ao contrário da empresa italiana, a Magna aceitou fornecer os 300 milhões de financiamento que a GM afirma precisar imediatamente. O passo seguinte foi dado pelo governo alemão ao concordar em dar o empréstimo para que a Opel (o nome que engloba as marcas da GM na Europa, com exceção da sueca Saab) continue operando.
"Nós temos um acordo", disse o ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrueck, já na madrugada de hoje, depois da reunião que envolveu autoridades do país europeu e dos Estados Unidos e executivos da Magna e da General Motors.
Os detalhes do acordo seriam anunciados na manhã de hoje, mas a Magna e os russos ofereceram 700 milhões por uma participação de 55% na empresa, enquanto a GM permaneceria com 35%, e os funcionários da Opel ficariam com o restante. A intenção do grupo era adquirir as unidades da Opel e da Vauxhall, além das operações da montadora americana na Rússia.
O destino das operações da General Motors na Europa ainda está nas mãos da Casa Branca e da própria montadora, mas o governo alemão é peça fundamental, já que vai ter que fornecer empréstimo bilionário para a empresa.
As autoridades alemãs querem garantias de que o empréstimo será usado para salvar os postos de trabalho e as fábricas no país (que empregam cerca de metade dos 55 mil trabalhadores da GM na Europa), em vez de parar nas mãos dos credores da montadora nos EUA. O assunto ganha ainda mais importância neste momento para o governo da chanceler Merkel, já que em setembro haverá eleições gerais.
A venda de ativos pela GM faz parte do processo da nova empresa que será formada após o pedido de concordata, que deve ser anunciado até depois de amanhã. Ontem, essa medida conquistou novo avanço depois que o sindicato de funcionários votou a favor de receber 17,5% das ações da "nova GM" em troca da dívida que ela tem com o fundo do plano de saúde dos empregados.
Outro passo importante para que ocorra uma concordata estruturada (menos sujeita a ações na Justiça e mais rápida) pode ser anunciado na tarde de hoje, caso os credores da General Motors aceitem a proposta em que trocariam suas dívidas de US$ 27 bilhões por até 25% da futura companhia.


Com o "New York Times" e agências internacionais


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