São Paulo, sábado, 30 de maio de 2009

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Bolsa sobe 12,5% e lidera as aplicações pelo 3º mês

Poupança rendeu mais que fundos DI de curto prazo

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo terceiro mês consecutivo, a Bolsa de Valores liderou o ranking das aplicações financeiras no país, marcando a recuperação do mercado brasileiro de ações, que já zerou as perdas computadas após a quebra do banco Lehman Brothers, no dia 15 de setembro de 2008.
Em maio, o Ibovespa teve um ganho bruto de 12,49%, bastante à frente de todos os investimento em renda fixa, que nem sequer chegaram a 1%. No ano, a Bolsa já tem alta de 41,25%.
Os fundos DI, que seguem a variação da taxa Selic, registraram ganho de 0,67% até o dia 26, último dado da Anbid. Já os fundos de renda fixa, que têm papéis da dívida prefixada, renderam um pouco mais: 0,87% no período.
Investimento líquido de impostos, a poupança rendeu 0,545% no mês e deve ter batido os ganhos dos fundos DI para os aplicações com prazo inferior a seis meses e que têm Imposto de Renda de 22,5%.
Desprezando os custos de administração, os fundos DI resgatados em menos de seis meses renderam no período analisado 0,5192%.
De longe, a pior aplicação em maio foi o dólar comercial, que recuou 9,67%. No ano, o dólar já perdeu 15,6% em relação ao real. "O dólar não pode ser visto mais como aplicação financeira. É um hedge [proteção] necessário para proteger o poder de compra de pessoas que vão viajar ao exterior, comprar equipamentos etc.", disse a consultora de finanças pessoais Marcia Dessen.
Para analistas, apesar da recente alta, o investimento em Bolsa deverá ficar bastante arriscado a partir de junho. Isso porque, após a alta recente, diminuíram as chances de o mercado manter o ritmo de ganhos.
Segundo Dessen, o investidor que conseguiu ganhar bastante na Bolsa poderá aproveitar o momento para embolsar parte dos ganhos.
"Não estou dizendo que a Bolsa vai cair, mas, para quem está fora, não me parece o melhor momento para entrar. Exceto para quem está pensando em longo prazo ou vê chance de alta para uma ação de uma empresa em particular", disse.
"Não nos parece razoável que esse ritmo de recuperação das Bolsas se mantenha. Precisamos de indicadores que mostrem recuperação da economia. É um momento de cautela", disse Fabio Colombo, administrador de investimentos pessoais. Ontem, a Bovespa terminou o dia com alta 0,3%, após trabalhar parte dos negócios em baixa.
O preço do barril de petróleo fechou a US$ 66,31 na Bolsa de Nova York, acumulando uma alta em maio de 29,7%, a maior valorização mensal desde março de 1999, quando a economia global ainda estava se recuperando dos efeitos da crise na Ásia. Um dos motivos para o aumento foi a queda do dólar em relação a várias das principais moedas mundiais, atraindo os investidores para commodities. O petróleo já se valorizou em 96% desde dezembro. (TONI SCIARRETTA)


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