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MERCADO FINANCEIRO
Moeda americana atinge menor cotação desde abril de 2002; valorização do real atinge 2,17% no mês
Dólar cai pelo quarto dia e vai a R$ 2,357
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi a quarta queda consecutiva
do dólar. Dando as costas à crise
política, a moeda, que começou o
mês a R$ 2,444, fechou ontem
vendida a R$ 2,357. É a mais baixa
cotação da moeda norte-americana desde meados de abril de 2002.
O real já acumula valorização de
2,17% neste mês ante o dólar.
Como o saldo da balança comercial ainda está forte e os indicadores que medem a evolução
dos preços têm dado seguidos sinais de arrefecimento, as chances
de o Banco Central voltar a atuar
no mercado de câmbio neste momento não são muito grandes.
Analistas avaliam que uma ação
nesse sentido seria importante
para evitar que o dólar siga derretendo. A moeda bateu nos R$
2,347 (baixa de 0,85%) durante os
negócios de ontem, mas encerrou
as operações em queda um pouco
menos intensa, de 0,42%.
"A queda do dólar não é explicada por uma questão pontual.
Há alguns fatores que favorecem
a valorização do real, como os resultados positivos importantes da
balança comercial e as elevadas
taxas de juros praticadas no Brasil", avalia Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Depois de corrigirem um pouco
suas posições na eclosão da atual
crise política, as instituições financeiras voltaram a ficar "vendidas" -apostando na tendência
de baixa do dólar-, afirmam
operadores do mercado.
Preços calmos
Ontem foi conhecido o resultado do IGP-M de junho, que marcou deflação de 0,44%.
Para a consultoria LCA, os resultados dos IGPs "deverão começar a apresentar variações positivas a partir de julho". Isso porque deve haver pressão da entressafra, efeitos mais suaves da apreciação do real sobre os preços e
maiores pressões dos insumos
petroquímicos devido ao recente
repique no preço do petróleo.
A inflação baixa ajudou a fazer
com que os juros futuros recuassem um pouco no pregão da
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros), mas nada que alterasse
a previsão predominante de que a
taxa básica (Selic, que está em
19,75%) só começará a cair lá para
setembro.
Se a projeção mediana do mercado estiver correta, o dólar deve
subir até o fim do ano. Pesquisa
semanal feita pelo BC mostra que
a expectativa das instituições financeiras é de que a moeda chegará aos R$ 2,65 no fim de 2005.
A Bolsa de Valores de São Paulo
começou o pregão de ontem registrando alta de 0,75%. Mas, com
o volume bastante baixo de negócios no dia -que ficou em apenas
R$ 840 milhões, cerca de metade
da média diária deste mês-, não
sustentou a possível recuperação.
Ações sem forças
O Ibovespa, índice que reúne as
55 ações de maior liquidez, terminou o dia com baixa de 0,53%.
A ação ON (ordinária) da Brasil
Telecom Participações foi a que
mais subiu no dia, 3,56%. No topo
das baixas, ficou o papel de outra
tele: a TIM Participações ON, que
caiu 4,29%.
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