São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda americana atinge menor cotação desde abril de 2002; valorização do real atinge 2,17% no mês

Dólar cai pelo quarto dia e vai a R$ 2,357

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi a quarta queda consecutiva do dólar. Dando as costas à crise política, a moeda, que começou o mês a R$ 2,444, fechou ontem vendida a R$ 2,357. É a mais baixa cotação da moeda norte-americana desde meados de abril de 2002.
O real já acumula valorização de 2,17% neste mês ante o dólar.
Como o saldo da balança comercial ainda está forte e os indicadores que medem a evolução dos preços têm dado seguidos sinais de arrefecimento, as chances de o Banco Central voltar a atuar no mercado de câmbio neste momento não são muito grandes. Analistas avaliam que uma ação nesse sentido seria importante para evitar que o dólar siga derretendo. A moeda bateu nos R$ 2,347 (baixa de 0,85%) durante os negócios de ontem, mas encerrou as operações em queda um pouco menos intensa, de 0,42%.
"A queda do dólar não é explicada por uma questão pontual. Há alguns fatores que favorecem a valorização do real, como os resultados positivos importantes da balança comercial e as elevadas taxas de juros praticadas no Brasil", avalia Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Depois de corrigirem um pouco suas posições na eclosão da atual crise política, as instituições financeiras voltaram a ficar "vendidas" -apostando na tendência de baixa do dólar-, afirmam operadores do mercado.

Preços calmos
Ontem foi conhecido o resultado do IGP-M de junho, que marcou deflação de 0,44%.
Para a consultoria LCA, os resultados dos IGPs "deverão começar a apresentar variações positivas a partir de julho". Isso porque deve haver pressão da entressafra, efeitos mais suaves da apreciação do real sobre os preços e maiores pressões dos insumos petroquímicos devido ao recente repique no preço do petróleo.
A inflação baixa ajudou a fazer com que os juros futuros recuassem um pouco no pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), mas nada que alterasse a previsão predominante de que a taxa básica (Selic, que está em 19,75%) só começará a cair lá para setembro.
Se a projeção mediana do mercado estiver correta, o dólar deve subir até o fim do ano. Pesquisa semanal feita pelo BC mostra que a expectativa das instituições financeiras é de que a moeda chegará aos R$ 2,65 no fim de 2005.
A Bolsa de Valores de São Paulo começou o pregão de ontem registrando alta de 0,75%. Mas, com o volume bastante baixo de negócios no dia -que ficou em apenas R$ 840 milhões, cerca de metade da média diária deste mês-, não sustentou a possível recuperação.

Ações sem forças
O Ibovespa, índice que reúne as 55 ações de maior liquidez, terminou o dia com baixa de 0,53%.
A ação ON (ordinária) da Brasil Telecom Participações foi a que mais subiu no dia, 3,56%. No topo das baixas, ficou o papel de outra tele: a TIM Participações ON, que caiu 4,29%.


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