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PROTECIONISMO
Proposta dos americanos de reforma do sistema de ajuda a exportadores de algodão será apresentada à OMC
EUA têm até amanhã para mudar subsídio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os EUA têm até amanhã para
apresentar à OMC (Organização
Mundial do Comércio) uma proposta de reforma de seu sistema
de subsídios à exportação de algodão. Se isso não for feito, na semana que vem o Brasil poderá pedir
autorização à OMC para aplicar
retaliações comerciais contra os
norte-americanos.
Até agora, porém, o governo
americano não sinalizou com nenhum tipo de proposta. "O Brasil
não vai deixar de utilizar seus direitos, mas ainda estamos dentro
do prazo e o governo não vai se
manifestar antes do fim da semana", disse o chefe do Departamento de Contenciosos do Itamaraty, ministro Roberto Azevedo,
por telefone, de Genebra, onde fica a sede da OMC.
A reforma do sistema de subsídios à exportação de algodão foi
uma imposição feita pela OMC
como conseqüência do processo
que o Brasil moveu contra os Estados Unidos, no ano passado,
contestando tanto os subsídios
que o governo americano oferece
à exportação do produto como a
ajuda financeira direta aos produtores locais. Em março deste ano
o Brasil ganhou o processo.
Os diplomatas brasileiros conseguiram provar que o preço do
algodão no mercado internacional estaria cerca de 12% mais alto,
não fosse a intervenção do governo americano, que prejudica a
renda do produtor brasileiro, e de
outros países, por deprimir os
preços no mercado externo e pela
concorrência desleal entre o algodão americano e o brasileiro nos
EUA e em outros mercados.
Entre 1999 e 2003, o governo
dos EUA concedeu ajuda de cerca
de US$ 12,5 bilhões ao setor. Segundo a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), os subsídios causaram prejuízo de cerca de US$ 480 milhões
ao ano aos produtores brasileiros.
O prazo para os americanos
apresentarem a proposta para o
fim dos subsídios às exportações
termina amanhã. Já o prazo para
apresentarem a proposta de redução dos pagamentos feitos diretamente aos produtores termina
em maio do ano que vem.
O Brasil pode pedir autorização
para aplicar barreiras comerciais
a produtos americanos. Embora
o Brasil possa apresentar uma
proposta referente ao valor da retaliação, é a OMC quem decide o
valor final.
(CLÁUDIA DIANNI)
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