São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 2006

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Petrobras diz não haver razão para aumento

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor da área de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse desconhecer o pleito da Bolívia de aumentar o preço do gás para US$ 8 o milhão de BTU. "Uma coisa é pedir [um aumento]. A outra é poder alterar o preço definido em contrato", disse Sauer, acrescentando que a decisão de mudar o preço de referência do gás não pode ser unilateral.
Nesta semana, a Petrobras anunciou aumento de 10% no preço do gás de acordo com o contrato, que prevê reajuste trimestral. A estatal importa cerca de 26 milhões de metros cúbicos de gás por dia da Bolívia. Até 16 milhões de metros cúbicos/dia, paga US$ 3,43 por milhão de BTU. O valor é de US$ 4,21 por milhão de BTU acima desse volume. Com reajuste de 10%, os preços chegariam a US$ 3,77 e US$ 4,63 por milhão de BTU. O transporte acresce US$ 1,7 a esses valores.
Segundo Sauer, "depois de muito tempo", a estatal boliviana YPFB enviou na semana passada uma notificação à Petrobras informando que deseja negociar um aumento no preço de referência do gás definido no contrato de fornecimento, válido até 2019.
Ontem, a Bolívia formalizou, em La Paz, o pedido para subir o preço do gás vendido ao Brasil. Sauer afirmou, porém, que a Petrobras continua rejeitando um reajuste fora dos padrões do contrato. "Não vejo nem margem nem razão para aumentar."
Se as partes não chegarem a um acordo após 45 dias, o contrato de fornecimento do gás estabelece a arbitragem da Justiça de Nova York.


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