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Brasil torna-se 7º país em gastos em publicidade
País ultrapassa a Itália, com o impulso da inclusão de famílias no mercado consumidor
Expansão do consumo e investimentos no Nordeste aumentam disputas entre
empresas, que passam a gastar mais em propaganda
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Lançada em 2005, a Pronto,
empresa da Bombril localizada
em Abreu e Lima (PE), foi concebida para atender especificamente aos mercados do Norte e
Nordeste. Depois de cinco anos
de pesquisas, foram lançados
produtos de limpeza que atendem -e reforçam- os hábitos
da região. Incluíram-se aí embalagens, cores, perfumes e, é
claro, campanhas intensas de
comunicação da marca Pronto,
que, por si, é uma expressão
bastante usada na região.
A Bombril não foi a única fabricante de bens de consumo a
mirar na região. A Nestlé, por
exemplo, abriu uma fábrica em
Feira de Santana (BA) que teve
investimentos em ampliação
antecipados, em razão do aquecimento do mercado.
O aumento na oferta de produtos -e na conseqüente competição entre empresas- teve
como resultado um incremento expressivo nos investimentos em propaganda no país em
2006, segundo o "Anuário do
Grupo de Mídia São Paulo".
Com isso, o Brasil passou da
8ª para a 7ª posição entre os
países que mais investem em
publicidade no mundo. Em
2006, foram gastos com propaganda no país R$ 19,3 bilhões,
contra R$ 17,7 bilhões de 2005.
Os principais motivos para o
crescimento, segundo 80 publicitários entrevistados pelo
Grupo de Mídia, foram a estabilidade da economia e a maior
inclusão de famílias no mercado consumidor. Como aconteceu no Nordeste, a melhoria na
condição de vida das famílias
levou empresas a buscar sua
preferência, investindo em publicidade.
Oportunidades regionais
É por isso que, segundo o levantamento, os mercados regionais cresceram muito mais
fortemente do que o eixo Rio-São Paulo. Jornais e emissoras
conseguiram, por exemplo, explorar patrocínios num número maior de festas locais.
Já no mercado nacional, as
emissoras de TV aberta continuam liderando a captação de
investimentos, com 59,4% do
total. O percentual dessa área,
entretanto, manteve-se estável
em relação a 2005.
As emissoras são seguidas
pelos jornais, que tiveram
15,5% de participação nos gastos. A circulação dos jornais
cresceu 6,5% em 2006.
A categoria TV por assinatura registrou maior aumento no
faturamento entre os meios de
comunicação. O crescimento
chegou a 41,6%, contra 9,3% do
mercado publicitário. Com
uma base de investimentos
muito menor, em 2005, as receitas em TV paga já tinham subido 23%, e, no ano anterior,
outros 60%.
O crescimento dos gastos em
publicidade no país, de 9,3%,
foi superior ao incremento médio mundial, de 6,3%. Em todo
o mundo, os investimentos em
publicidade somaram US$ 564
bilhões, sendo que os países europeus e a América do Norte
têm perdido participação no
bolo desde 2000. Por outro lado, Leste Europeu, Ásia e
Oriente Médio têm crescido
continuamente. Já a América
Latina manteve a participação
de 4,5%, equivalente a US$ 19,7
bilhões, estável em relação ao
ano passado.
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