São Paulo, sábado, 30 de junho de 2007

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Brasil torna-se 7º país em gastos em publicidade

País ultrapassa a Itália, com o impulso da inclusão de famílias no mercado consumidor

Expansão do consumo e investimentos no Nordeste aumentam disputas entre empresas, que passam a gastar mais em propaganda

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Lançada em 2005, a Pronto, empresa da Bombril localizada em Abreu e Lima (PE), foi concebida para atender especificamente aos mercados do Norte e Nordeste. Depois de cinco anos de pesquisas, foram lançados produtos de limpeza que atendem -e reforçam- os hábitos da região. Incluíram-se aí embalagens, cores, perfumes e, é claro, campanhas intensas de comunicação da marca Pronto, que, por si, é uma expressão bastante usada na região.
A Bombril não foi a única fabricante de bens de consumo a mirar na região. A Nestlé, por exemplo, abriu uma fábrica em Feira de Santana (BA) que teve investimentos em ampliação antecipados, em razão do aquecimento do mercado.
O aumento na oferta de produtos -e na conseqüente competição entre empresas- teve como resultado um incremento expressivo nos investimentos em propaganda no país em 2006, segundo o "Anuário do Grupo de Mídia São Paulo".
Com isso, o Brasil passou da 8ª para a 7ª posição entre os países que mais investem em publicidade no mundo. Em 2006, foram gastos com propaganda no país R$ 19,3 bilhões, contra R$ 17,7 bilhões de 2005.
Os principais motivos para o crescimento, segundo 80 publicitários entrevistados pelo Grupo de Mídia, foram a estabilidade da economia e a maior inclusão de famílias no mercado consumidor. Como aconteceu no Nordeste, a melhoria na condição de vida das famílias levou empresas a buscar sua preferência, investindo em publicidade.

Oportunidades regionais
É por isso que, segundo o levantamento, os mercados regionais cresceram muito mais fortemente do que o eixo Rio-São Paulo. Jornais e emissoras conseguiram, por exemplo, explorar patrocínios num número maior de festas locais.
Já no mercado nacional, as emissoras de TV aberta continuam liderando a captação de investimentos, com 59,4% do total. O percentual dessa área, entretanto, manteve-se estável em relação a 2005.
As emissoras são seguidas pelos jornais, que tiveram 15,5% de participação nos gastos. A circulação dos jornais cresceu 6,5% em 2006.
A categoria TV por assinatura registrou maior aumento no faturamento entre os meios de comunicação. O crescimento chegou a 41,6%, contra 9,3% do mercado publicitário. Com uma base de investimentos muito menor, em 2005, as receitas em TV paga já tinham subido 23%, e, no ano anterior, outros 60%.
O crescimento dos gastos em publicidade no país, de 9,3%, foi superior ao incremento médio mundial, de 6,3%. Em todo o mundo, os investimentos em publicidade somaram US$ 564 bilhões, sendo que os países europeus e a América do Norte têm perdido participação no bolo desde 2000. Por outro lado, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio têm crescido continuamente. Já a América Latina manteve a participação de 4,5%, equivalente a US$ 19,7 bilhões, estável em relação ao ano passado.


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