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Classe C puxa crescimento do consumo
Pesquisa mostra que famílias com renda de 4 a 10 mínimos elevaram em 7% despesas com comida, bebidas e higiene
Segundo levantamento da Latin Panel considerando os cinco primeiros meses do ano, essa expansão foi de 6% na classe AB e 5% na DE
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A classe C puxou o crescimento dos gastos com alimentos, bebidas, higiene pessoal e
produtos de limpeza nos primeiros cinco meses deste ano,
segundo pesquisa da Latin Panel. Essa parte da população,
que tem renda familiar entre 4
e 10 salários mínimos de acordo com os critérios do levantamento, teve aumento de 7% no
gasto médio com esses produtos, no comparativo com igual
período do ano passado.
Na média, essa expansão foi
de 6%, o mesmo percentual da
classe AB (renda familiar superior a 10 salários mínimos), enquanto na DE (inferior a 4 mínimos) não passou dos 5%.
Considerando a freqüência, a
classe C também está indo mais
às compras, com alta de 7% nas
idas aos pontos-de-venda, contra 4% na classe AB e 2% na DE.
Como lembra Fátima Merlin,
gerente da Latin Panel, o consumidor está pulverizando as
compras ao longo do mês, o que
já foi notado pelas grandes redes, que estão ampliando o número de lojas de bairro.
O aumento da massa salarial
é um dos motivos para essa expansão. De acordo com o IBGE,
o rendimento médio dos trabalhadores teve aumento de 3,9%
em maio, no confronto com
2006. Para Alberto Serrentino,
sócio-sênior da Gouvêa de Souza & MD, consultoria especializada em varejo, a classe C tem
um nível de poupança mais baixo do que a AB, o que justifica
esse direcionamento da renda
extra para o consumo.
Embora os bens duráveis, como eletroeletrônicos e veículos, sejam mais beneficiados
com a queda dos juros e a ampliação do número de parcelas
para o pagamento, há reflexo
também nos não-duráveis.
Na classe C, por exemplo, as
compras de alimentos, bebidas
e produtos de higiene e limpeza
são financiadas com cartão de
crédito, adiando o pagamento
por até 40 dias, sem juros. "Não
há nenhum segmento do varejo
indo mal, há segmentos indo
melhor", disse Serrentino.
Na opinião do consultor Eugênio Foganholo, diretor da
Mixxer Desenvolvimento Empresarial, "a volúpia de consumo da classe C é maior do que a
de qualquer outra". Para ele, o
cenário econômico favorável e
o efeito psicológico de perspectiva de manutenção do emprego é outro fator que impulsiona
os gastos desses consumidores.
A pesquisa da Latin Panel,
que monitora o consumo de
8.200 domicílios em todo o
país, aponta ainda que, considerando todas as classes, a cesta de alimentos foi a que registrou o melhor resultado, com
avanço de 6% no gasto médio.
Nessa cesta, os destaques foram o crescimento do volume
médio de bebidas a base de soja
(27%), iogurtes (20%), sorvetes
(15%), sucos prontos (15%) e
molho de tomate (135%).
Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados mostrou que as vendas gerais no setor tiveram crescimento real de
6,81% de janeiro a maio, mesmo período da pesquisa da Latin Panel. Para o presidente
Sussumu Honda, o bom resultado também vem sendo puxado pelo aumento do consumo
das classes C e D.
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