São Paulo, Quarta-feira, 30 de Junho de 1999
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CRÉDITO
Objetivo é facilitar empréstimos e criar empregos; valor será em dólar
Limite de faturamento de pequena empresa vai subir

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou ontem a modificação das regras para que micro, pequenas e médias empresas possam obter mais facilmente empréstimos bancários que tenham aval do BNDES e do Finame (linha de financiamento industrial do banco).
Para isso, o governo modificará as definições do que são micro, pequenas e médias empresas, elevando os limites de faturamento que são usados para estabelecer os tetos de empréstimos. Esses limites passarão a ser cotados em dólar, por conta de um acordo firmado pelo Brasil com os demais países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai).
O limite do faturamento anual das microempresas, para efeito de financiamento, passará dos atuais R$ 120 mil para US$ 400 mil (cerca de R$ 700 mil, com o dólar cotado a R$ 1,75).
O limite das pequenas empresas passará dos atuais R$ 720 mil para US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 6,1 milhões). O limite das médias empresas, que era de cerca de R$ 15 milhões, passará para US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 35 milhões).
"Essas mudanças vão ajudar muito as empresas porque criam facilidades na tomada de empréstimo", afirmou FHC ontem ao anunciar as mudanças em seu programa semanal de rádio, "Palavra do Presidente". Segundo ele, a alteração busca criar empregos. "O problema do emprego é grave", afirmou.
Tecnicamente, para essa alteração é necessária a edição de uma MP (medida provisória) que dará competência ao Poder Executivo para fixar os limites de financiamento das empresas. Depois, um decreto regulamentará a MP e fixará os valores anunciados. As duas medidas devem ser tomadas ainda esta semana.
A mesma MP fará ainda outra modificação para atender às micro e pequenas empresas. A participação do BNDES no Fundo de Aval (programa que funciona como avalista dos empréstimos feitos por essas empresas junto a outras instituições financeiras) passará dos atuais 70% para 80%.
Na prática, o fundo dará garantia de até 80% do valor do empréstimo, no caso de inadimplência.


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