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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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MONTADORAS

Presidente da empresa diz que setor precisa de plano de longo prazo

GM critica governo e pede benefício

FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE

O presidente da General Motors do Brasil, Walter Wieland, disse ontem que a indústria automotiva vive, em 2003, a pior crise de sua história e criticou o pacote proposto pelo governo para o setor. "Já passamos por momentos difíceis no país. Mas nenhum se compara ao momento atual", disse Wieland.
Wieland disse que já existem "concorrentes" paralisando investimentos no Brasil e que ele não se assustaria com o eventual fechamento de marcas no país.
Segundo ele, a inversão do atual cenário negativo começará a ser sentida pelo setor automotivo só no segundo trimestre de 2004.
Antes disso, a GM espera que o governo ofereça um plano de longo prazo para o setor, e não com efeitos para cinco meses. "Adoro pizza. Mas fabricar carro é mais complexo do que produzir pizza. Precisamos de medidas de longo prazo para sair dessa crise", disse.
Entre as reivindicações da GM está a redução de impostos, que a montadora se compromete a repassar para o consumidor final "assim que o mercado voltar para sua normalidade".
O plano emergencial proposto pelo governo foi criticado pela empresa. "Alguns falam em baixar preços. Outros em produzir o carro superpopular, o carro do trabalhador. Daqui a pouco vão sugerir o carro do sem-terra."
Na semana passada, a GM fez um acordo com funcionários (reduzindo parte dos salários) e voltou atrás na sua decisão de cortar 450 funcionários.
Segundo o executivo, além da ociosidade de quase 50% da indústria automotiva, os investimentos feitos pelo setor ao longo da década de 90, combinados com a redução do mercado interno, começam a preocupar as matrizes das marcas instaladas no país.
Essa preocupação, alimentada por cinco anos consecutivos de prejuízos registrados pelo setor automotivo no Brasil, obrigaria todas as montadoras a redimensionar suas atividades.
Questionado sobre a possibilidade de as montadoras encerrarem seus negócios no país, ele disse: "Não me surpreenderia com uma decisão dessas".
A empresa revisou para 1,35 milhão de unidades o total de vendas do setor neste ano -350 mil a menos do que esperava.


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