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MONTADORAS
Presidente da empresa diz que setor precisa de plano de longo prazo
GM critica governo e pede benefício
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
O presidente da General Motors
do Brasil, Walter Wieland, disse
ontem que a indústria automotiva vive, em 2003, a pior crise de
sua história e criticou o pacote
proposto pelo governo para o setor. "Já passamos por momentos
difíceis no país. Mas nenhum se
compara ao momento atual", disse Wieland.
Wieland disse que já existem
"concorrentes" paralisando investimentos no Brasil e que ele
não se assustaria com o eventual
fechamento de marcas no país.
Segundo ele, a inversão do atual
cenário negativo começará a ser
sentida pelo setor automotivo só
no segundo trimestre de 2004.
Antes disso, a GM espera que o
governo ofereça um plano de longo prazo para o setor, e não com
efeitos para cinco meses. "Adoro
pizza. Mas fabricar carro é mais
complexo do que produzir pizza.
Precisamos de medidas de longo
prazo para sair dessa crise", disse.
Entre as reivindicações da GM
está a redução de impostos, que a
montadora se compromete a repassar para o consumidor final
"assim que o mercado voltar para
sua normalidade".
O plano emergencial proposto
pelo governo foi criticado pela
empresa. "Alguns falam em baixar preços. Outros em produzir o
carro superpopular, o carro do
trabalhador. Daqui a pouco vão
sugerir o carro do sem-terra."
Na semana passada, a GM fez
um acordo com funcionários (reduzindo parte dos salários) e voltou atrás na sua decisão de cortar
450 funcionários.
Segundo o executivo, além da
ociosidade de quase 50% da indústria automotiva, os investimentos feitos pelo setor ao longo
da década de 90, combinados
com a redução do mercado interno, começam a preocupar as matrizes das marcas instaladas no
país.
Essa preocupação, alimentada
por cinco anos consecutivos de
prejuízos registrados pelo setor
automotivo no Brasil, obrigaria
todas as montadoras a redimensionar suas atividades.
Questionado sobre a possibilidade de as montadoras encerrarem seus negócios no país, ele disse: "Não me surpreenderia com
uma decisão dessas".
A empresa revisou para 1,35 milhão de unidades o total de vendas
do setor neste ano -350 mil a
menos do que esperava.
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