DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar fechou em seu maior valor em quase dois meses. A moeda norte-americana registrou valorização de 1,31%. Para comprar US$ 1,00 no fim do dia, eram necessários R$ 2,937. Esse foi o maior preço da moeda desde o dia 3 de junho.
Os C-Bonds também não tiveram um dia positivo. Os títulos da dívida de maior liquidez no mercado externo recuaram 2,3%, fechando a US$ 0,8650. Esses títulos fazem parte dos papéis da dívida que o governo pretende trocar. Rumores no mercado davam conta que a operação de troca, que deve ser anunciada hoje, ficou aquém do esperado e não deve apresentar as condições vantajosas que investidores esperavam, o que motivou a venda dos C-Bonds no fim da tarde de ontem.
Apesar da alta expressiva do dólar, o volume negociado no mercado de câmbio não foi muito forte, o que demonstra que não houve nenhuma correria de bancos e empresas para comprar moeda. Operadores de mesas de câmbio afirmam que o giro ontem ficou em torno dos US$ 700 milhões. Normalmente, os negócios superam o US$ 1 bilhão.
"O mercado espera notícias positivas novas. Enquanto nada ocorre, as mesas de operações ficam requentando as dúvidas quanto à reforma da Previdência e as invasões dos sem-terra. As disputas pela formação da Ptax tiveram muito mais peso hoje [ontem] que qualquer outra coisa", afirma o diretor de tesouraria do banco Fator, Sérgio Machado.
Com o fim do mês, as instituições financeiras começam a queda-de-braço para influenciar a Ptax (média do dólar medida pelo BC), pois a taxa baliza a liquidação dos contratos no mercado futuro. Os investidores buscam, dessa forma, adequar a cotação da melhor maneira para as suas posições. Ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) o movimento com contratos de dólar foi bastante forte. O número de contratos negociados chegou a 103,4 mil, cifra 88% maior que o giro do dia anterior. No contrato de câmbio com prazo em outubro, o dólar fechou em R$ 3,041.
O mercado de ações paulista sofreu sua quinta baixa seguida. O Ibovespa - principal índice- recuou ontem 0,15%.
Nem mesmo a alta de 2,8% das ações preferenciais da Telemar, as mais negociadas do pregão, foi suficiente para fazer a Bovespa subir. (FABRICIO VIEIRA)


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