São Paulo, sexta-feira, 30 de julho de 2004

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MEMÓRIA

Saída de Arida também foi antecipada em 95

DO BANCO DE DADOS

Em 31 de maio de 1995, quase duas horas antes do anúncio oficial da substituição de Pérsio Arida na presidência do Banco Central, a empresa de consultoria MCM repassou a seus clientes essa informação. Ela foi transmitida à empresa por Gustavo Loyola, que havia sido indicado para substituir Arida e era um dos seis sócios da MCM, comandada na época pelo ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega.
Poucos antes de as Bolsas encerrarem o expediente, a MCM informou que Pérsio Arida pedira demissão e Loyola seria o novo presidente do BC. A informação foi transmitida em mais de cem aparelhos de telemensagem de assinantes dos serviços da empresa.
Na lista de clientes da MCM estavam grandes bancos e empresas do país. A confirmação oficial da substituição no comando do BC só ocorreria por volta das 18h.
Em 8 de junho, durante a sabatina da CAE (Comissão de Assuntos Econômico) do Senado, Loyola começou sua exposição atacando as críticas que recebeu. Disse que o mercado brasileiro já não estava operando naquele momento.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), porém, lembrou que o mercado de Nova York, onde são negociados títulos brasileiros, só fechou às 17h30, hora de Brasília. "Como o mundo está globalizado, sempre haverá um mercado aberto", justificou Loyola, que responsabilizou os sócios mais novos e inexperientes pelo caso.
Em tempo recorde, Loyola foi aprovado pela CAE por 24 votos a 12 e, no mesmo dia, recebeu 45 votos favoráveis no plenário do Senado.


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