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FINANCIAMENTO
Bancos terão alívio maior para cumprir destinação de empréstimos
CMN afrouxa regra para microcrédito
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central e o Ministério
da Fazenda resolveram dar um
alívio aos bancos que não cumprirem a obrigação de destinar 2%
sobre os depósitos à vista para microcrédito. A medida, aprovada
ontem pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), foi tomada
porque a grande maioria das instituições, inclusive Banco do Brasil e CEF (Caixa Econômica Federal), está muito longe de cumprir
a meta estabelecida pelo governo
no ano passado. Segundo o BC, de
R$ 1,1 bilhão que teria de ser repassado nessa modalidade de crédito até agosto, os bancos só emprestaram até agora algo entre
25% e 30% desse valor.
Pela regra atual, os 2% obrigatórios teriam de ser calculados com
base no estoque de depósitos de
agosto do ano passado a agosto
deste ano. Há no sistema bancário
hoje cerca de R$ 60 bilhões.
Assim, os bancos teriam de emprestar para microcrédito cerca
de R$ 1,2 bilhão ao longo desse
período de um ano predeterminado. Mas dessa conta são excluídos os depósitos públicos para
despesas correntes mensais, como salários. Assim, o número cai
para R$ 1,1 bilhão. Os recursos
não repassados ficariam retidos
no BC sem remuneração. Pela nova metodologia, os bancos poderão calcular os 2% sobre o saldo
médio dos depósitos à vista dos 12
meses imediatamente anteriores
ao cálculo, mensalmente.
Segundo o diretor de Normas
do BC, Sérgio Darcy, os bancos tiveram maior dificuldade para
emprestar assim que a regra entrou em vigor. Nos últimos meses,
disse ele, as instituições financeiras passaram a emprestar mais.
Assim, com o cálculo feito mensalmente, os bancos teriam mais
facilidade para cumprir a meta,
dado que a média de empréstimo
nos últimos meses aumentou.
Segundo Darcy, a nova regra valerá a partir de setembro. Desse
modo, os bancos que não cumprirem a meta de 2% até agosto terão
de recolher os recursos ao BC.
Mas em agosto os recursos já poderão começar a ser liberados, se
os bancos cumprirem a meta. Pela regra atual, os recursos ficariam
retidos até o prazo limite do próximo período, agosto de 2005.
Na reunião de ontem do CMN,
o voto relativo ao Modermaq (linha de financiamento para compra de máquinas) não foi incluído. O voto depende ainda de um
decreto do presidente Lula.
O CMN aprovou também incentivos para financiamentos à
agricultura familiar. Em certas
operações, os bancos terão reduzidos os limites de obrigatoriedade de repasse ao crédito agrícola
(25% sobre depósitos à vista). Segundo a Fazenda, os bancos oferecerão, no mínimo, mais R$ 860
milhões à agricultura familiar.
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