Presidente volta a defender o programa de biocombustíveis a funcionários da Petrobras, na Bahia

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CANDEIAS
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Candeias (46 km de Salvador) que o Brasil resistiu à crise imobiliária dos Estados Unidos.
"Há cinco anos, se tivesse acontecido [a crise imobiliária], o Brasil tinha pego pneumonia. Agora estamos muito bem, graças a Deus", disse ele, durante a inauguração da primeira usina de biodiesel da Petrobras.
No evento, realizado pela manhã, também foram empossados os novos dirigentes da Petrobras Biocombustível, uma subsidiária da Petrobras, empresa criada para planejar as atividades relacionadas aos biocombustíveis.
O presidente disse que a criação da nova empresa gerou impasses dentro do governo. "Não pensem que foi fácil chegar aqui. A Petrobras relutou, pensa que fazer essa planta foi fácil? Que o [José Sergio] Gabrielli [presidente da Petrobras] acordou com vontade de fazer? Isso foi muito cacete, muita briga", disse Lula.
"A Petrobras fica com medo de perder a importância. Não vai. Quanto mais a Petrobras colocar seu conhecimento para produzir, vai ser infinitamente mais forte", afirmou.
Depois, o presidente atribuiu à "elite" as críticas que o governo tem recebido sobre o programa de biocombustíveis. "Tem uma parte da elite brasileira que não deu certo e duvida de tudo que não é feito pela mão dela", disse ele.
Ao lado do governador Jaques Wagner (PT), Lula disse também que foi "pego de surpresa" pela inflação mundial, mas acrescentou que a economia brasileira está "sob controle". "O governo fará qualquer coisa para manter a inflação sob controle. O Brasil é hoje, entre os países emergentes, o que tem a inflação mais baixa."
De acordo com Lula, "só ganha com a inflação quem especula". "Quem trabalha e recebe salário só perde."
Aos cerca de 500 funcionários da Petrobras e convidados que participaram do evento, Lula disse que o Brasil vai controlar a inflação com mais produção e voltou a defender o programa de biocombustíveis.
"O Brasil não pode ter medo do debate internacional, daqueles que dizem que por conta da produção do biocombustível o preço do alimento está subindo", disse o presidente.
"Esse é um debate que eu gosto de fazer, esse é um debate que o Brasil vai ter de enfrentar", disse Lula.
"Porque enquanto eu for presidente deste país, se alguém me provar que o que nós estamos fazendo vai diminuir a produção de alimentos, eu não seria louco de deixar de encher o tanque do nosso povo para encher o tanque de um carro, não seria doido de fazer isso."
Lula foi a Candeias acompanhado de quatro ministros e do presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima.


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