|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Empresa é das mais afetadas pela crise global
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Especialistas já esperavam
desempenho fraco da Vale no
trimestre, mas não na dimensão apresentada ontem.
Outro fator que gerou surpresa foi o resultado financeiro.
Segundo Pedro Galdi, da corretora SLW, a expectativa era que
a companhia obtivesse um ganho com a receita financeira
gerado pela valorização do real.
Isso porque 97% da sua dívida é
atrelada ao dólar, que perdeu
valor. Ou seja, o custo de sua dívida também deveria recuar.
Não foi o que ocorreu. A receita financeira caiu R$ 86 milhões do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
Galdi afirma, porém, que a
Vale mantém uma posição de
caixa confortável, não precisou
vender ativos como as demais
mineradoras e tem um endividamento relativamente baixo.
O analista espera resultado
melhor no terceiro e no quarto
trimestres, embora com vendas
aquém do período pré- crise.
Exportadora de 85% de sua
produção, a Vale foi uma das
empresas brasileiras mais atingidas pela crise global, que abalou especialmente o setor siderúrgico, seu maior cliente.
Na esteira de um corte de
produção de aço de até 50% logo após o agravamento da crise
no final de 2008, a Vale reduziu
a extração de minério de ferro
em 10% e paralisou cinco minas e quatro unidades de pelotização -que agregam o minério fino em pelotas. Uma mina e
uma pelotizadora já voltaram a
operar neste mês.
A companhia demitiu ainda
1.300 empregados no final de
2008 e colocou 5.500 em férias
coletivas -a maior parte já voltou ao trabalho. No começo
deste ano, fechou com os sindicatos um acordo de estabilidade de emprego que acabou em
maio. Em junho e julho, demitiu 600 empregados -segundo
a companhia, foram demissões
de rotina ou de aposentados.
A Vale também diminuiu seu
plano de investimento de US$
14 bilhões para US$ 11 bilhões.
Texto Anterior: Crise e real forte derrubam lucro da Vale Próximo Texto: Indústria de SP mantém reação lenta, e produção cresce 2% Índice
|