São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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ANÁLISE

Empresa é das mais afetadas pela crise global

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Especialistas já esperavam desempenho fraco da Vale no trimestre, mas não na dimensão apresentada ontem.
Outro fator que gerou surpresa foi o resultado financeiro. Segundo Pedro Galdi, da corretora SLW, a expectativa era que a companhia obtivesse um ganho com a receita financeira gerado pela valorização do real. Isso porque 97% da sua dívida é atrelada ao dólar, que perdeu valor. Ou seja, o custo de sua dívida também deveria recuar.
Não foi o que ocorreu. A receita financeira caiu R$ 86 milhões do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
Galdi afirma, porém, que a Vale mantém uma posição de caixa confortável, não precisou vender ativos como as demais mineradoras e tem um endividamento relativamente baixo.
O analista espera resultado melhor no terceiro e no quarto trimestres, embora com vendas aquém do período pré- crise.
Exportadora de 85% de sua produção, a Vale foi uma das empresas brasileiras mais atingidas pela crise global, que abalou especialmente o setor siderúrgico, seu maior cliente.
Na esteira de um corte de produção de aço de até 50% logo após o agravamento da crise no final de 2008, a Vale reduziu a extração de minério de ferro em 10% e paralisou cinco minas e quatro unidades de pelotização -que agregam o minério fino em pelotas. Uma mina e uma pelotizadora já voltaram a operar neste mês.
A companhia demitiu ainda 1.300 empregados no final de 2008 e colocou 5.500 em férias coletivas -a maior parte já voltou ao trabalho. No começo deste ano, fechou com os sindicatos um acordo de estabilidade de emprego que acabou em maio. Em junho e julho, demitiu 600 empregados -segundo a companhia, foram demissões de rotina ou de aposentados.
A Vale também diminuiu seu plano de investimento de US$ 14 bilhões para US$ 11 bilhões.


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