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País faz emissão com vencimento em prazo
mais longo da história
Governo obtém US$ 500 mi em títulos da dívida que vencem em 2037; taxa é a menor já paga
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro pegou
ontem um empréstimo de US$
500 milhões por meio da emissão de títulos da dívida externa
nos mercados dos Estados Unidos e da Europa. Os papéis, com
vencimento em 2037, são os de
mais longo prazo vendidos pelo
Brasil.
A emissão de título públicos
internacionais foi elogiada por
analistas do mercado financeiro porque, toda vez que o governo faz uma captação externa,
estabelece uma referência de
preço para as empresas do país
que também querem emitir títulos privados no exterior.
Os investidores estrangeiros
que compraram os títulos brasileiros vão receber 6,45% de
juros ao ano, o mais baixo já pago por esse título.
Os juros conseguidos ontem
são menos de 2% maiores que
os cobrados pelos títulos do Tesouro americano com vencimento em 30 anos. Segundo o
Tesouro Nacional, o Brasil foi o
primeiro país a emitir esse ano
títulos com prazo de vencimento de quase 30 anos.
O chamado Global 2037,
criado em 2006, foi emitido
cinco vezes. Em janeiro de
2007, a última vez que o governo tinha vendido este título no
exterior, os juros foram de
6,63% ao ano.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a demanda pelos títulos brasileiros
no exterior foi 14 vezes maior
do que o governo ofereceu. Ou
seja, o governo poderia ter captado US$ 7 bilhões se quisesse.
Mantega afirmou que daqui a
dois meses o Brasil poderá fazer uma nova emissão de US$
500 milhões e poderá conseguir uma taxa ainda menor. Ele
comentou que a emissão feita
ontem foi uma forma de verificar a confiança estrangeira no
Brasil.
"Foi uma forma de testar o
mercado. Testar a confiança
que existe no Brasil. E ver que
os investidores preferem o título brasileiro que remunera apenas 2% mais que o Treasury
americano. Uma pequena diferença", disse o ministro.
O estrategista-chefe do banco WestLB, Roberto Padovani,
disse que a emissão dos títulos
brasileiros mostra não só a confiança no Brasil, mas também
que o mercado financeiro global voltou a melhorar. "A percepção de risco dos investidores melhorou. Eles estão procurando alternativas mais rentáveis", afirmou.
Padovani diz que o Brasil é
uma boa alternativa, porque
manteve nos últimos 15 anos
políticas responsáveis, além de
ter acumulado reservas internacionais que superam a dívida
externa, o que dá mais confiança aos investidores.
O Global 2037 poderia ser
vendido também no mercado
asiático durante esta madrugada. O Tesouro Nacional estudava na noite de ontem a possibilidade de oferecer US$ 25 milhões na Ásia. Os bancos responsáveis pela oferta dos títulos foram Deutsch Bank e JP
Morgan.
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