São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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Temores sobre China e queda de commodities afetam Bovespa

Dólar sobe para R$ 1,904; petróleo perde mais de 5%

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro atravessou mais um pregão de perdas. Dados econômicos pouco animadores nos EUA, além de temores em relação ao crescimento da China, prejudicaram as Bolsas e afetaram o desempenho das commodities. Para a Bovespa, o resultado foi uma queda de 1,35%. O dólar subiu 1,17%, para R$ 1,904.
A forte depreciação do petróleo não deu chances para os papéis da Petrobras. O barril do produto recuou 5,77% em Nova York, cotado a US$ 63,35 no fim dos negócios. A alta nos estoques de petróleo nos EUA, somada à queda acima das expectativas nas encomendas de bens duráveis no país, não favoreceu os mercados.
O Dow Jones caiu 0,29%. A Nasdaq, 0,39%.
A queda de 2,67% dos papéis da Petrobras e de 1,69% dos da Vale fez, devido a seu peso, a Bovespa recuar mais do que o mercado americano. Juntas, as ações da Petrobras e da Vale (o balanço da mineradora foi divulgado após o fechamento do mercado) responderam por quase 35% do total movimentado na Bolsa ontem.
Temores de que a demanda chinesa possa não se sustentar, decorrentes de um possível aperto em seu mercado de crédito, podem dificultar a recuperação das commodities e, consequentemente, gerar problemas para o mercado brasileiro.
A Bolsa de Xangai foi uma das que mais perderam ontem, ao fechar com baixa de 5,01%.
Apesar das perdas de ontem, as Bolsas de emergentes se destacam no ano e permanecem no alvo de grandes investidores. Mark Mobius, presidente-executivo da Templeton Asset, afirmou ontem que a instituição pretende duplicar os ativos em mercados emergentes, para US$ 50 bilhões, dentro de dois anos. "Os mercados emergentes serão os primeiros a se safar da crise", disse Mobius à Bloomberg. A China é a principal escolha do administrador de recursos em emergentes, seguida por Brasil, Índia e Rússia.
Hoje, o mercado aguarda a divulgação da ata da mais recente reunião do Copom. A ata trará considerações sobre os motivos que levaram o Copom a reduzir a Selic de 9,25% para 8,75% na semana passada.
Por enquanto, a maioria do mercado conta com a manutenção da taxa nesse patamar até o final de 2009. Assim, sinalizações contrárias na ata irão acabar por agitar o mercado futuro de juros. Durante a semana, as taxas dos contratos de juros pouco oscilaram na BM&F. No papel com vencimento no fim do ano, a taxa foi de 8,63% na sexta para 8,61% ontem.
Na avaliação de Beny Parnes, estrategista-chefe da BBM Gestão de Recursos, a maior parte das altas nos mercados futuros de juros e de câmbio no ano já acabou. "Há menos oportunidade e menos risco", disse Parnes à Bloomberg.


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