São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

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PAINEL S.A.

Rio 40 graus
O tempo deve ferver hoje num dos mais tradicionais templos da academia do Rio. O Ipea vai reunir vários economistas de bancos para explicar seus cenários para 2002. Os economistas não sabem de que cartola o Ipea tirou a previsão de 1,7% de crescimento do PIB.

Fator surpresa
O debate no Ipea coincide com a divulgação, hoje, da previsão oficial para o PIB no segundo trimestre. O número poderá surpreender. Se, no ano passado, o IBGE surpreendeu todo mundo com um número mais baixo do que o esperado, agora pode acontecer exatamente o contrário, o que reforçaria a previsão do Ipea.

Base fraca
A explicação para um resultado do PIB melhor do que o esperado para o segundo trimestre seria a base de comparação. Em 2001, de abril a junho, a economia sofreu bastante com os efeitos da crise da Argentina e do racionamento.

Sem consumo
Até outubro, 78% dos consumidores paulistas não pretendem comprar produtos duráveis ou semiduráveis, segundo pesquisa do Provar (Programa de Administração do Varejo da FIA/FEA). No mesmo período de 2001, o percentual era de 50%.

Dinheiro curto
João Paulo Lara Siqueira, coordenador da pesquisa, diz que a queda no consumo desses produtos demonstra um direcionamento dos recursos para os produtos básicos.

Recuperação
A tonelada da celulose, que começou o ano cotada a US$ 410 no mercado internacional, agora é vendida a US$ 510 na Europa, segundo a Bracelpa. Uma boa ajuda para as exportações e para a balança brasileira.

Crédito
O comércio vai receber R$ 260 milhões em novas linhas de crédito da Nossa Caixa. O pedido feito por Abram Szajman (Fecomercio-SP) e Paulo Lucânia (Fecesp) resultou na concessão de financiamentos de até R$ 100 mil às empresas associadas aos sindicatos.

Adesão
Viviane Senna (Instituto Ayrton Senna) entrega na próxima quarta aos quatro principais presidenciáveis o documento "Por uma Juventude no Brasil" . Entre os empresários que endossam o documento estão Horacio Lafer Piva (Fiesp), Márcio Cypriano (Bradesco) e Pedro Moreira Salles (Unibanco).

Custo
A Pro-Consumer (associação de defesa dos consumidores) acaba de finalizar pesquisa sobre tarifas bancárias. Os preços desses serviços aumentaram mais de 20% entre julho de 2001 e julho deste ano.

Para quem pode
O Club Med já está fazendo reservas individuais para sua nova unidade em Trancoso (BA). A inauguração será em novembro, com diárias a partir de R$ 195.

Experiência
Joseph Daniel McCool, consultor americano de recursos humanos, falará na próxima quinta-feira no BankBoston, em São Paulo, para 200 diretores do setor, sobre o impacto dos escândalos contábeis nos EUA no mercado de executivos.

E-mail - guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE

Paradoxo

Quanto maior o superávit primário do próximo ano, maiores são as chances de o Brasil retomar mais rapidamente o crescimento. A afirmação é do economista Octavio de Barros, do BBV. A tese pode soar como um paradoxo, já que superávit primário costuma ser confundido com contração da atividade, mas não é. Barros acha que, em 2003, continuarão as dificuldades de fluxo externo voluntário para os países emergentes, em razão do desaquecimento mundial. Por isso, aquele que apresentar melhores indicadores fiscais terá chances de receber mais recursos de fora. O economista sugere que com um superávit primário de até 4,5% do PIB o país ganharia confiança no exterior. Assim, poderia reduzir os juros e voltar a crescer.

NO MERCADO

As ações ordinárias da Embraer tiveram a maior baixa do dia entre os papéis negociados no Ibovespa ontem. Caíram 4,4%. Em seguida vieram Vale do Rio Doce PNA, -3,7%, Embraer PN, -3,6%, Acesita PN, -2,8%, e Aracruz PNB, -2,6%.

FRASE

"O mundo inteiro está de olho no ajuste fiscal de 2003 do próximo governo"


Octavio de Barros, economista

NÚMEROS

0,96%
Foi a alta no custo da cesta básica ontem em São Paulo. O custo foi a R$ 169,62, diz o Dieese/Procon.

5,9%
É o quanto o custo da cesta básica já acumula de alta neste mês em SP, diz pesquisa do Procon/Dieese.


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