São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

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ELETROELETRÔNICOS

No lugar das seis áreas da empresa, restarão apenas três; medida foi adotada para reduzir os custos

Gradiente se reestrutura e corta unidades

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Três anos após ter criado seis diferentes unidades de negócios, para administrar os diferentes produtos da marca, a Gradiente se reestrutura mais uma vez e decide centralizar seus negócios em poucos departamentos. A partir de agora, a empresa terá apenas três unidades -a Gradiente Multimídia, a Gradiente Telecomunicações e a Gradiente Segurança-, que reunirão todas as operações do grupo. Para isso, ela cortou pessoal do alto escalão e de outras áreas, no total de 61 pessoas.
Em 1999, a companhia afirmava que precisava "dar maior transparência às suas atividades". Com isso, cada departamento -de telefonia, áudio e vídeo, entretenimento e outros- passou a atuar separadamente e a ter contas independentes. Agora, centraliza as atividades pois quer "reduzir custos", informa a empresa por meio de uma nota ao mercado.
Desde o início do ano, diretores foram remanejados ou dispensados pois ocorreu a sobreposição de funções. A área de entretenimento e eletrônicos, por exemplo, ficou reunida na nova Gradiente Multimídia, e não faria sentido ter dois diretores de marketing no mesmo departamento. Assim como não justificaria ter dois serviços de apoio ao consumidor. Isso levou à redução de 3,4% no quadro de pessoal do grupo, de 1.800 funcionários.

Cortar gastos
Atividades de finanças e de controladoria, que antes eram separadas, foram unificadas. Com isso, tenta-se reduzir gastos. Só as despesas gerais e administrativas do grupo, de janeiro a junho, estavam em R$ 36,7 milhões, contra R$ 26,6 milhões no mesmo período do ano passado.
O lucro também ficou comprometido. Em 99, ano em que descentralizou as operações, a Gradiente alcançou lucro de R$ 24,7 milhões. Em 2000, o valor disparou e chegou a R$ 472,1 milhões, em grande parte pela venda de 49% de sua participação na área de telefonia para a parceira Nokia, por US$ 415 milhões.
No ano passado o prejuízo voltou. A empresa ficou com saldo negativo de R$ 110,5 milhões.
Com a atual mudança, a empresa pode eliminar gorduras, segundo os analistas, na tentativa de passar sem muitos arranhões pelo atual momento do setor. Cresce a pressão sobre os custos de vários grupos, já que grande parte dos produtos eletrônicos é formada por insumos importados. E a desvalorização do real torna mais cara a matéria-prima.
Esse peso a ser pago com a desvalorização vai parar na despesa financeira do grupo. Em junho, esse montante já estava em R$ 134,4 milhões, superior ao apurado em 2001 (R$ 82,3 milhões).


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