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ELETROELETRÔNICOS
No lugar das seis áreas da empresa, restarão apenas três; medida foi adotada para reduzir os custos
Gradiente se reestrutura e corta unidades
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Três anos após ter criado seis diferentes unidades de negócios,
para administrar os diferentes
produtos da marca, a Gradiente se
reestrutura mais uma vez e decide
centralizar seus negócios em poucos departamentos. A partir de
agora, a empresa terá apenas três
unidades -a Gradiente Multimídia, a Gradiente Telecomunicações e a Gradiente Segurança-,
que reunirão todas as operações
do grupo. Para isso, ela cortou
pessoal do alto escalão e de outras
áreas, no total de 61 pessoas.
Em 1999, a companhia afirmava
que precisava "dar maior transparência às suas atividades". Com
isso, cada departamento -de telefonia, áudio e vídeo, entretenimento e outros- passou a atuar
separadamente e a ter contas independentes. Agora, centraliza as
atividades pois quer "reduzir custos", informa a empresa por meio
de uma nota ao mercado.
Desde o início do ano, diretores
foram remanejados ou dispensados pois ocorreu a sobreposição
de funções. A área de entretenimento e eletrônicos, por exemplo,
ficou reunida na nova Gradiente
Multimídia, e não faria sentido ter
dois diretores de marketing no
mesmo departamento. Assim como não justificaria ter dois serviços de apoio ao consumidor. Isso
levou à redução de 3,4% no quadro de pessoal do grupo, de 1.800
funcionários.
Cortar gastos
Atividades de finanças e de controladoria, que antes eram separadas, foram unificadas. Com isso, tenta-se reduzir gastos. Só as
despesas gerais e administrativas
do grupo, de janeiro a junho, estavam em R$ 36,7 milhões, contra
R$ 26,6 milhões no mesmo período do ano passado.
O lucro também ficou comprometido. Em 99, ano em que descentralizou as operações, a Gradiente alcançou lucro de R$ 24,7
milhões. Em 2000, o valor disparou e chegou a R$ 472,1 milhões,
em grande parte pela venda de
49% de sua participação na área
de telefonia para a parceira Nokia,
por US$ 415 milhões.
No ano passado o prejuízo voltou. A empresa ficou com saldo
negativo de R$ 110,5 milhões.
Com a atual mudança, a empresa pode eliminar gorduras, segundo os analistas, na tentativa de
passar sem muitos arranhões pelo
atual momento do setor. Cresce a
pressão sobre os custos de vários
grupos, já que grande parte dos
produtos eletrônicos é formada
por insumos importados. E a desvalorização do real torna mais cara a matéria-prima.
Esse peso a ser pago com a desvalorização vai parar na despesa
financeira do grupo. Em junho,
esse montante já estava em R$
134,4 milhões, superior ao apurado em 2001 (R$ 82,3 milhões).
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