DE BUENOS AIRES

O governo dos Estados Unidos resolveu ajudar a Argentina com a eliminação das tarifas alfandegárias para a importação de 57 produtos, o que deve aumentar as vendas anuais do país vizinho em até US$ 650 milhões.
A medida, que deve entrar em vigor em setembro, inclui as exportações argentinas de milho, couro, derivados de carne e autopeças, entre outros produtos. O país já negocia a inclusão de outros nove itens na lista de preferências dos Estados Unidos.
Para o porta-voz da Casa Branca, Michael Anton, a eliminação de barreiras "promoverá o crescimento na Argentina, trazendo novas oportunidades de comércio".
Mais do que vantagens econômicas, a medida foi recebida em Buenos Aires como um importante sinal político ao país, que espera há sete meses o fechamento do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
"É um sinal que demonstra que há uma decisão do governo dos Estados Unidos de dar assistência para a Argentina superar a crise", disse o embaixador do país em Washington, Diego Guelar.
O chanceler Carlos Ruckauf afirmou que a partir de agora a Argentina vai negociar com a União Européia a concessão de preferências semelhantes para os produtos argentinos.
"O que a Argentina mais necessita para se recuperar é comércio, e não dinheiro", disse Ruckauf, minimizando os possíveis benefícios do fechamento de um acordo com o Fundo.
O país não conseguiu até agora aproveitar as vantagens competitivas obtidas desde a desvalorização cambial, em janeiro.
Mesmo com a desvalorização do peso em 70% em relação ao dólar, as exportações argentinas caíram 7,4% no primeiro semestre deste ano.
A redução foi influenciada pela queda dos preços dos produtos argentinos no mercado internacional e pelo desaquecimento da economia brasileira. (JS)


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