São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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Caixa diz que não quer lucrar com o programa do governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois da polêmica nas duas últimas semanas, a Caixa assinou acordo com o Ministério das Cidades se comprometendo a reduzir para 0,1% a taxa cobrada para administrar os repasses de recursos do Orçamento da União previstos no PAC. A medida vale até o dia 31 de outubro, mas pode ser prorrogada em até cinco anos.
Mas, segundo disse à Folha a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, o banco apresentará até o final de setembro o valor definitivo para o serviço, com base nos custos da instituição. "Já acertamos isso com a ministra Dilma [Rousseff, da Casa Civil] e o ministro Márcio Fortes [Cidades]". Segundo ela, o mais provável é que a nova taxa seja aplicada também em todos os convênios de repasses de dinheiro do Orçamento.
O vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, destacou, no entanto, que a redução inicial é exclusiva ao PAC e que a maior parte dessas operações está no Ministério das Cidades. Segundo ele, a Caixa entende o seu papel "como banco estatal e agente social do governo e não vai querer ter lucro à custa de um trabalho tão importante quanto o PAC". Mas destaca que, por ser um banco, não pode ter prejuízo.
Ele fez questão de destacar que, com a fórmula usada hoje, contratos de valores maiores acabavam subsidiando operações menores, já que, dependendo do volume da obra e da localização, o custo cobrado pela Caixa não cobria as despesas da instituição para fiscalizar a utilização dos recursos.
Segundo Hereda, em alguns casos, a instituição tem prejuízo. "Uma emenda de R$ 50 mil ou R$ 100 mil a mais de 1.000 km da minha base não cobre os custos. Mas a função da Caixa é ir até lá", argumentou.
Hereda rebate às acusações de que a Caixa resistiu a reduzir a taxa e que o banco não tinha funcionários suficientes para fiscalizar o PAC. "Pediram para aumentar a quantidade de pessoal. Estamos contratando mais 1.100 funcionários. São engenheiros, arquitetos, gente que trabalha em análise e fiscalização de projetos."


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