São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Protesto acaba, mas Vasp cancela vôo

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do fim da paralisação, a Vasp voltou a cancelar vôos previstos para ontem, segundo informações das áreas de operação dos principais aeroportos: 71 operações não foram realizadas.
A companhia aérea nega a informação e afirma que a malha está sendo reestruturada e que os vôos que aparecem como cancelados nos painéis dos aeroportos são da malha antiga, ou seja, não existem mais atualmente.
Na tarde de ontem, a empresa divulgou uma nota na qual afirmou que desde 22h da terça os vôos "retomaram a mais completa normalidade e regularidade".
Apesar disso, segundo o setor operacional dos aeroportos, 27 pousos ou decolagens foram cancelados no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, 9 no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e 16 em Brasília, além cancelamentos em aeroportos de Manaus, Florianópolis, Belém, Porto Alegre e Belo Horizonte.
A empresa diz que o DAC (Departamento de Aviação Civil) foi informado das mudanças feitas na malha. A assessoria de imprensa do órgão, procurada pela reportagem às 19h50 de ontem, afirmou não ser possível confirmar a informação por causa do horário.

Queda na oferta
Se não aumentar a utilização de suas aeronaves e continuar com a mesma quantidade de aviões que tem em operação atualmente, a Vasp terá de reduzir sua oferta em 29% em outubro na comparação com agosto. É o que mostra um cálculo feito por um especialista no setor a pedido da Folha.
Isso por causa da redução da frota: segundo a Folha apurou, a empresa voava com 16 Boeing-737/200, quatro Boeing-737/300 e um A300. Atualmente, a Vasp voa com 11 737/200, três Boeing-737/ 300 e um A300.
A empresa pode elevar a utilização das aeronaves disponíveis para conseguir cumprir suas linhas, mas, quanto maior o tempo de vôo de um avião, mais freqüentes devem ser as manutenções, ou seja, maior o gasto.
A companhia aérea também pode reestruturar sua malha para adequá-la à quantidade de aviões que possui em operação.
Outro problema a ser enfrentado pela Vasp é a entrada em vigor no Brasil de uma regra internacional a partir de 31 de dezembro deste ano prevista pelo RBHA 91 (Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica): companhias aéreas que operam aeronaves que se enquadram na categoria 2 de ruído -entre as quais estão os 737-200 da Vasp- devem retirar no mínimo 20% desses modelos de circulação por ano. Em 2010, fiz o regulamento, esses modelos não serão mais permitidos no país.


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