São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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ENERGIA

Ministra diz que decisão sobre aumento dos combustíveis cabe à Petrobras

Dilma nega aval de Lula para reajuste

PEDRO SOARES
SÉRGIO RANGEL

DA SUCURSAL DO RIO

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou ontem, no Rio de Janeiro, que a reportagem publicada ontem pela Folha sobre um suposto aval dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Petrobras para aumentar os combustíveis "é estarrecedora". A informação, diz ela, "não é real".
"Acho essa notícia estarrecedora. Primeiro, porque ela não é real. O presidente [Lula] não deu essa carta-branca para nós nem faria isso em respeito à Petrobras", afirmou a ministra.
Segundo a reportagem, Lula deu aval à estatal para elevar em breve seus preços devido à alta da cotação do petróleo no mercado internacional. Demostrando irritação, ela repetiu várias vezes que a informação não partiu do governo e que a decisão sobre o aumento cabe à Petrobras.
"Essa informação não é do governo federal. Eu vou repetir: essa informação é da Folha, porque não é do governo federal", disse.
Sobre o reajuste dos combustíveis, afirmou: "Estou esperando a avaliação da Petrobras. Quem tem um posicionamento a esse respeito é a Petrobras".
De acordo com a ministra, a formulação da política energética cabe ao seu ministério. Já a decisão sobre preços, disse ela, é da alçada da Petrobras. Segundo ela, qualquer informação sobre um aumento que não venha da própria Petrobras é "especulativa".

Nada foi decidido
Já o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, se recusou a comentar se havia recebido o aval do presidente Lula para reajustar os preços dos combustíveis.
"Não vou desmentir. Depois, vão dizer que o presidente não autorizou o aumento da gasolina. Não é uma coisa nem outra", afirmou Dutra. Ele se limitou apenas a dizer que não negociou com Lula um possível aumento dos preços dos combustíveis.
"A última vez em que conversei com o presidente foi há dois sábados [dia 18]. Para a Petrobras, não houve essa conversa", disse Dutra. Segundo ele, o aumento não é discutido com Lula. "Não sentamos [com o Lula] para conversar sobre isso. Esse assunto é apenas do âmbito da Petrobras."
Ontem, Dutra disse que a estatal ainda não havia decidido sobre o aumento. "Não há nenhuma informação diferente da de ontem [anteontem]", afirmou.
Na ocasião, ele dissera que a empresa seguiria monitorando o mercado em busca de maior estabilidade nos preços antes de optar por um novo reajuste.
Ontem, a empresa, que já investiu R$ 96,954 milhões em projetos sociais, anunciou a entrada de mais 73 novas parcerias, que receberão R$ 15 milhões. O programa da empresa pretende atender a 4 milhões de pessoas. A intenção é investir R$ 303 milhões até 2006.
O porta-voz da Presidência, André Singer, disse que a questão do eventual reajuste dos preços dos combustíveis é "assunto de competência da Petrobras".


Colaborou a Sucursal de Brasília


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