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ENERGIA
Ministra diz que decisão sobre aumento dos combustíveis cabe à Petrobras
Dilma nega aval de Lula para reajuste
PEDRO SOARES
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A ministra de Minas e Energia,
Dilma Rousseff, afirmou ontem,
no Rio de Janeiro, que a reportagem publicada ontem pela Folha
sobre um suposto aval dado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Petrobras para aumentar os
combustíveis "é estarrecedora". A
informação, diz ela, "não é real".
"Acho essa notícia estarrecedora. Primeiro, porque ela não é
real. O presidente [Lula] não deu
essa carta-branca para nós nem
faria isso em respeito à Petrobras", afirmou a ministra.
Segundo a reportagem, Lula
deu aval à estatal para elevar em
breve seus preços devido à alta da
cotação do petróleo no mercado
internacional. Demostrando irritação, ela repetiu várias vezes que
a informação não partiu do governo e que a decisão sobre o aumento cabe à Petrobras.
"Essa informação não é do governo federal. Eu vou repetir: essa
informação é da Folha, porque
não é do governo federal", disse.
Sobre o reajuste dos combustíveis, afirmou: "Estou esperando a
avaliação da Petrobras. Quem
tem um posicionamento a esse
respeito é a Petrobras".
De acordo com a ministra, a formulação da política energética cabe ao seu ministério. Já a decisão
sobre preços, disse ela, é da alçada
da Petrobras. Segundo ela, qualquer informação sobre um aumento que não venha da própria
Petrobras é "especulativa".
Nada foi decidido
Já o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, se recusou a
comentar se havia recebido o aval
do presidente Lula para reajustar
os preços dos combustíveis.
"Não vou desmentir. Depois,
vão dizer que o presidente não autorizou o aumento da gasolina.
Não é uma coisa nem outra", afirmou Dutra. Ele se limitou apenas
a dizer que não negociou com Lula um possível aumento dos preços dos combustíveis.
"A última vez em que conversei
com o presidente foi há dois sábados [dia 18]. Para a Petrobras, não
houve essa conversa", disse Dutra. Segundo ele, o aumento não é
discutido com Lula. "Não sentamos [com o Lula] para conversar
sobre isso. Esse assunto é apenas
do âmbito da Petrobras."
Ontem, Dutra disse que a estatal
ainda não havia decidido sobre o
aumento. "Não há nenhuma informação diferente da de ontem
[anteontem]", afirmou.
Na ocasião, ele dissera que a
empresa seguiria monitorando o
mercado em busca de maior estabilidade nos preços antes de optar
por um novo reajuste.
Ontem, a empresa, que já investiu R$ 96,954 milhões em projetos
sociais, anunciou a entrada de
mais 73 novas parcerias, que receberão R$ 15 milhões. O programa
da empresa pretende atender a 4
milhões de pessoas. A intenção é
investir R$ 303 milhões até 2006.
O porta-voz da Presidência, André Singer, disse que a questão do
eventual reajuste dos preços dos
combustíveis é "assunto de competência da Petrobras".
Colaborou a Sucursal de Brasília
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