São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Nacionalismo é a salvação, afirma Lessa

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, reconheceu ontem que ele e o banco são nacionalistas. Disse, porém, que não são xenófobos nem desestimulam investimentos estrangeiros no país.
Para Lessa, o Brasil não pode "abrir mão de seus interesses fundamentais" porque tem "uma fatura social colossal" a pagar.
"Se os mercados de trabalho europeu e americano estivessem abertos à transumância brasileira, seria muito fácil pagar a dívida social brasileira. Bastaria dar cursos rápidos de inglês e pagar uma passagem de ida para todo o brasileiro que quisesse migrar", disse Lessa, durante palestra na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) a uma platéia de diplomatas europeus.
Segundo ele, o nacionalismo é a "salvação" do país. "Sempre digo que eu e o BNDES somos neonacionalistas. Entendemos que o nacionalismo parte de um princípio libertário: fora da nação não há salvação."
Lessa também atacou o excesso de zelo de europeus e americanos com imigração: "Eles são cada vez mais ciosos para receber o excedente demográfico da periferia mundial. Nós recebemos esse excedente no século 19 com brilho e orgulho. E hoje eles são os nossos brasileiros."
Mais tarde, Lessa disse, em entrevista, que não dirigiu seu discurso a nenhuma empresa ou pessoa, mas sim a todos que o classificam como "dinossauro".
Ressaltou ainda que "os investimentos estrangeiros são bem-vindos", mas o ideal é que eles sejam feitos em parceria com grupos nacionais.
Lessa afirmou que o banco poderá apoiar fusões tanto na siderurgia como na petroquímica para dar escala mundial a conglomerados nacionais.

Vasp
Sobre a Vasp, Lessa afirmou que a situação da companhia aérea é preocupante. Lessa afirmou que o caso está sendo analisado no Ministério da Defesa, mas que uma solução está próxima.


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