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Nacionalismo é a
salvação, afirma Lessa
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, reconheceu ontem que ele e o
banco são nacionalistas. Disse,
porém, que não são xenófobos
nem desestimulam investimentos
estrangeiros no país.
Para Lessa, o Brasil não pode
"abrir mão de seus interesses fundamentais" porque tem "uma fatura social colossal" a pagar.
"Se os mercados de trabalho europeu e americano estivessem
abertos à transumância brasileira,
seria muito fácil pagar a dívida social brasileira. Bastaria dar cursos
rápidos de inglês e pagar uma
passagem de ida para todo o brasileiro que quisesse migrar", disse
Lessa, durante palestra na Firjan
(Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) a uma platéia de diplomatas europeus.
Segundo ele, o nacionalismo é a
"salvação" do país. "Sempre digo
que eu e o BNDES somos neonacionalistas. Entendemos que o
nacionalismo parte de um princípio libertário: fora da nação não
há salvação."
Lessa também atacou o excesso
de zelo de europeus e americanos
com imigração: "Eles são cada vez
mais ciosos para receber o excedente demográfico da periferia
mundial. Nós recebemos esse excedente no século 19 com brilho e
orgulho. E hoje eles são os nossos
brasileiros."
Mais tarde, Lessa disse, em entrevista, que não dirigiu seu discurso a nenhuma empresa ou
pessoa, mas sim a todos que o
classificam como "dinossauro".
Ressaltou ainda que "os investimentos estrangeiros são bem-vindos", mas o ideal é que eles sejam feitos em parceria com grupos nacionais.
Lessa afirmou que o banco poderá apoiar fusões tanto na siderurgia como na petroquímica para dar escala mundial a conglomerados nacionais.
Vasp
Sobre a Vasp, Lessa afirmou que
a situação da companhia aérea é
preocupante. Lessa afirmou que o
caso está sendo analisado no Ministério da Defesa, mas que uma
solução está próxima.
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