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NA CONTRAMÃO
Para Cláudio Vaz, presidente do Ciesp, escolha do governo abandona crescimento interno
Política monetária está errada, diz Vaz
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao deixar reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
o novo presidente do Ciesp
(Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Claudio Vaz,
disse que a política monetária
atual está "abandonando o crescimento do mercado interno".
"O governo acredita que esse é
o bom caminho. Nós, como indústria, temos segurança que esse caminho não é bom", completou Vaz, ao deixar ontem o
Palácio do Planalto.
Para Vaz, o momento atual da
economia é "mais favorável"
que outros. "Se vamos aproveitar ou não, depende desse ajuste
fino da política monetária."
"Os investimentos em alguns
setores estão retornando. Não é
um aumento bárbaro, mas eles
estão retornando, e a produção
de bens de capital mostra isso. A
falha fica sendo o consumo do
cotidiano das famílias", disse o
presidente do Ciesp, que tomou
posse na segunda-feira.
Para ele, "não há ninguém no
Brasil que possa apoiar essa taxa
de juros" -a taxa básica está
hoje em 16,25% ao ano. A carga
tributária no país, disse Vaz, limita os negócios: "Isso é uma
unanimidade nacional."
"O governo tem uma estratégia diferente. Nós acreditamos
que a estratégia não é certa, mas
a respeitamos até porque ela
agora vai ser colocada à prova. O
aumento do superávit primário
permite que o governo possa reduzir os juros. O aumento dos
juros e o aumento do superávit
primário trazem um constrangimento para o mercado interno."
Vaz disse que o encontro com
Lula foi bastante cordial. Durante a eleição da presidência do sistema Fiesp/Ciesp, que antes tinha um único presidente, o governo apoiou a chapa de Paulo
Skaf, que elegeu-se presidente
da Fiesp.
Quanto à pesquisa do Banco
Mundial, que diz que 51% dos
empresários já pagaram propinas para diversos níveis de governo, Vaz afirmou que o número é elevado. "No ramo em que
atuo, o de autopeças, isso me parece extremamente alto."
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