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Redes dizem agir contra trabalho irregular
Lojas afirmam adotar medidas preventivas para combater mão-de-obra degradante
Indústria têxtil discute
criação de selo para
identificar fornecedores
comprometidos com
questões trabalhistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Redes de varejo e representantes da indústria têxtil afirmam que adotam medidas preventivas e discutem alternativas para combater o uso de
mão-de-obra irregular no setor. Uma delas é a criação de
um possível selo para fornecedores que atuam de forma adequada nas questões ambientais, sociais e trabalhistas.
A Riachuelo firmou um TAC
(Termo de Ajustamento de
Conduta) neste ano com o Ministério Público do Trabalho de
São Paulo no qual se compromete a não trabalhar com empresas que usam mão-de-obra
irregular. Se identificar essa situação em algum de seus fornecedores, compromete-se a cancelar pedidos de compras.
No documento, a Riachuelo
se compromete a "fazer constar
dos pedidos de compra encaminhados às fornecedoras a advertência de que não aceitará,
sob pena de rescisão e descredenciamento, assim como cancelamento de pedidos de compras, as confecções que contratem trabalhadores de nacionalidades diversas que estejam
em situação irregular no país".
A Riachuelo também se compromete a não contratar empresas administradas por estrangeiros que não estejam legalmente constituídas como
pessoas jurídicas e a realizar visitas periódicas, no intervalo
mínimo de um ano e no máximo de dois anos, nas confecções credenciadas, para "verificar se estão cumprindo as obrigações" estabelecidas no acordo feito com o Ministério Público do Trabalho.
Se não cumprir o TAC, a Riachuelo terá de pagar multa de
R$ 10 mil para cada item descumprido do acordo.
Procurada nas últimas duas
semanas pela Folha, a Riachuelo não telefonou de volta
para a reportagem nem respondeu aos e-mails enviados.
O Ministério Público do Trabalho também investiga o relacionamento da Lojas Marisa
com fornecedores. A rede também não respondeu à Folha.
Com 600 fornecedores ativos no cadastro, a Renner diz,
em nota, que adota programa
de qualidade e controle desde
2005 com os fornecedores.
Idealizado há três anos, é desenvolvido em parceria com a
SGS Auditores, empresa suíça
que audita o cumprimento da
lei trabalhista. Esses fornecedores -"confecções estabelecidas, com cadastro e documentos verificados pela Renner"-
têm termo de compromisso para assegurar a qualidade dos
produtos vendidos e o cumprimento de princípios que repudiam o emprego de trabalho infantil, forçado ou "qualquer tipo de violação" à lei.
A Renner afirma ainda que
não recebeu notificação do Ministério Público do Trabalho
relacionada ao uso de trabalho
irregular de estrangeiros entre
seus fornecedores.
Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit (associação da indústria têxtil), diz
que a entidade vem tomando
medidas, como a adesão ao
pacto contra o trabalho forçado, para inibir práticas irregulares na contratação.
"Estamos discutindo a criação de um selo, não-obrigatório, para identificar fornecedores comprometidos com questões ambientais, trabalhistas e
sociais", afirma Pimentel.
(FÁTIMA FERNANDES e CLAUDIA ROLLI)
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