São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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C&A cria empresa e investe R$ 5 mi para fiscalizar fornecedor

DA REPORTAGEM LOCAL

A C&A, uma das maiores redes do varejo do país, investiu R$ 5 milhões para inspecionar as condições de trabalho oferecidas por 700 fornecedores da rede e oficinas subcontratadas por esses fabricantes, por meio de uma empresa autônoma criada há cerca de dois anos.
Até o final deste mês, a rede deve assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público do Trabalho de São Paulo para colocar no papel o que informa já adotar na prática.
A criação dessa empresa, segundo a C&A, já estava em estudo antes de a CPI da Câmara Municipal -que ocorreu em 2005 e cujo relatório final foi produzido em 2006- investigar a exploração de mão-de-obra irregular na capital.
Com uma equipe de 15 profissionais, a Socam (Organização de Serviço para Gestão de Auditorias de Conformidade), empresa independente e subordinada à holding que controla o grupo na América Latina, já visitou 85% dos fornecedores e subcontratados.
Em média, cada fornecedor da rede trabalha com dez oficinas de costura. A meta é encerrar a vistoria aos 15% restantes até dezembro deste ano.
Vinte e seis fornecedores foram bloqueados por não cumprirem exigências relativas a ambiente, saúde e segurança no trabalho. Só voltaram ao cadastro os que cumpriram um plano de ação desenvolvido e acompanhado pelos auditores. Três deles não quiseram se adequar e foram cortados do rol de fornecedores.
Em média, cada auditor visita por dia três locais, entre fornecedores diretos e subcontratados. As fiscalizações ocorrem sem aviso prévio e não têm caráter punitivo, segundo a rede, mas "corretivo". A C&A diz que já adotava código de conduta desde 1995, antes da criação da Socam. Em 2006, as mil lojas espalhadas em 19 países unificaram esse código.
A rede, que está no Brasil há 31 anos, informou que a Socam foi inspirada em um modelo similar que existe na Europa.
No dia-a-dia, os auditores verificam desde extintores fora do prazo, iluminação, fiação, banheiros sujos (sem água, sem assento no vaso sanitário) até uso de equipamentos de proteção e identificação de trabalho análogo ao escravo. (CR e FF)


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