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C&A cria empresa e investe R$ 5 mi para fiscalizar fornecedor
DA REPORTAGEM LOCAL
A C&A, uma das maiores redes do varejo do país, investiu
R$ 5 milhões para inspecionar
as condições de trabalho oferecidas por 700 fornecedores da
rede e oficinas subcontratadas
por esses fabricantes, por meio
de uma empresa autônoma
criada há cerca de dois anos.
Até o final deste mês, a rede
deve assinar um TAC (Termo
de Ajustamento de Conduta)
com o Ministério Público do
Trabalho de São Paulo para colocar no papel o que informa já
adotar na prática.
A criação dessa empresa, segundo a C&A, já estava em estudo antes de a CPI da Câmara
Municipal -que ocorreu em
2005 e cujo relatório final foi
produzido em 2006- investigar a exploração de mão-de-obra irregular na capital.
Com uma equipe de 15 profissionais, a Socam (Organização de Serviço para Gestão de
Auditorias de Conformidade),
empresa independente e subordinada à holding que controla o grupo na América Latina, já visitou 85% dos fornecedores e subcontratados.
Em média, cada fornecedor
da rede trabalha com dez oficinas de costura. A meta é encerrar a vistoria aos 15% restantes
até dezembro deste ano.
Vinte e seis fornecedores foram bloqueados por não cumprirem exigências relativas a
ambiente, saúde e segurança
no trabalho. Só voltaram ao cadastro os que cumpriram um
plano de ação desenvolvido e
acompanhado pelos auditores.
Três deles não quiseram se adequar e foram cortados do rol de
fornecedores.
Em média, cada auditor visita por dia três locais, entre fornecedores diretos e subcontratados. As fiscalizações ocorrem
sem aviso prévio e não têm caráter punitivo, segundo a rede,
mas "corretivo". A C&A diz que
já adotava código de conduta
desde 1995, antes da criação da
Socam. Em 2006, as mil lojas
espalhadas em 19 países unificaram esse código.
A rede, que está no Brasil há
31 anos, informou que a Socam
foi inspirada em um modelo similar que existe na Europa.
No dia-a-dia, os auditores verificam desde extintores fora
do prazo, iluminação, fiação,
banheiros sujos (sem água, sem
assento no vaso sanitário) até
uso de equipamentos de proteção e identificação de trabalho
análogo ao escravo.
(CR e FF)
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