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Dólar alto não compensa ritmo menor, diz AEB
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Nem mesmo a valorização
do dólar compensará a forte
queda na demanda nos países desenvolvidos e seu efeito negativo sobre as exportações brasileiras, avalia o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior
Brasileiro). Para ele, a crise
atual é potencialmente mais
grave do que a mexicana, de
1997, que afetou em cheio a
economia brasileira.
"Certamente, haverá redução na demanda. Os exportadores já sentem que há um
cenário de cautela. Muitos
compradores já postergaram
encomendas. E o câmbio [a
valorização do dólar] não vai
evitar isso. Seu efeito positivo só é sentido nas exportações de produtos manufaturados, que representam apenas 35% da pauta de exportações do Brasil", diz.
Segundo Castro, são cinco
os efeitos negativos da crise
sobre o comércio exterior
brasileiro: queda de preço
das commodities; redução da
demanda desses produtos
pelos países desenvolvidos;
diminuição do consumo de
manufaturados nas nações
ricas; retração da demanda
dos países emergentes; e restrição do crédito.
Tanto Francisco Pessoa,
da LCA, como Sérgio Vale, da
MB Associados, avaliam que
o maior impacto da crise será
em 2009, quando haverá desaceleração do crescimento e
um menor saldo comercial.
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