São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

PREOCUPAÇÃO
A não-aprovação do pacote de ajuda ao mercado financeiro, pelo Congresso dos EUA, traz grande preocupação ao setor de commodities. Haverá desaquecimento econômico por todo o mundo, o que provocará procura menor pelos produtos e novas quedas nos preços.

MENOR DO ANO
A avaliação é de Fernando Muraro, da Agência Rural. Esse cenário já começou a se refletir nos preços das commodities, ontem. O primeiro contrato de soja registrou US$ 10,94 por bushel (27,2 quilos) -o menor preço desde dezembro de 2007.

QUEDA RECORDE
A soja pode registrar a maior queda histórica anual, superando a de 1973, quando os preços caíram 38%. Ontem, o primeiro contrato estava em US$ 10,94 por bushel, 34% a menos do que o recorde de US$ 16,60 do início de julho. Em 73, a queda foi de US$ 13 para US$ 8.

PRESSÃO MENOR
A queda nos preços das commodities, que já vinha ocorrendo, ficou ainda mais acentuada pela crise financeira. Esse recuo deve derrubar as taxas de inflação. O IGP-M apontou, ontem, queda de 2,1% nos agropecuários no atacado, acumulando 19,1% em 12 meses. Até julho, o acumulado era de 40%.

RAIO-X DO LEITE
As exportações de leite somarão 7% do produzido pelo país em 2017. Em 2007, os embarques foram de 3%. Em dez anos, a produção será de 36,8 bilhões de litros, com exportações de 2,64 bilhões. Já no ano passado, a produção foi de 27,7 bilhões, com vendas externas de 940 milhões de litros, incluindo leite e derivados.

RELATÓRIO
Os dados são do relatório "The Brazilian Dairy Industry", da AgraFNP, que prevê avanços em produtividade e estabilidade na área destinada à criação de gado leiteiro. "A questão é saber como o Brasil aproveitará esse potencial", diz Richard Brostowicz, da AgraFNP. O país não tem tradição no mercado externo.

NOVA PRESSÃO
A menor oferta de gado pronto para abate fez alguns frigoríficos pagarem até R$ 92 por arroba de boi gordo no Estado de São Paulo, conforme pesquisa da Folha. Nos últimos sete dias, a alta foi de 3%.

CRESCE 5,5%
A agropecuária deverá crescer 5,5% neste ano, conforme previsões do Banco Central feitas no relatório trimestral de inflação, divulgado ontem.

QUEDA NOS PREÇOS
Os preços recebidos pelo produtores norte-americanos caíram 1,3% neste mês, segundo o Usda. Já os produtores paulistas receberam 3,9% menos, segundo o Instituto de Economia Agrícola.


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