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MERCADOS TENSOS
Ibovespa cai 6,02%, enquanto juros e dólar futuros avançam
Aperto de instituições faz
a Bovespa desabar de novo
LUIZ CINTRA
da Reportagem Local
O mercado financeiro encerrou
o dia de ontem sob forte nervosismo: juros e dólar futuro fecharam
no nível mais alto, enquanto a Bolsa de São Paulo, depois de chegar a
cair 9%, registrava no fechamento
desvalorização de 6,02%, "queimando" a alta do dia anterior.
Nas mesas de operações, uma
onda de rumores sobre a falta de
caixa de instituições financeiras
contribuiu para aumentar a agitação -e ampliar a queda das cotações nas Bolsas de Valores.
A explicação corrente entre os
operadores é que muitas corretoras e bancos estavam precisando
vender ações para ter dinheiro em
mãos e saldar seus compromissos.
Parte considerável desses compromissos diz respeito a prejuízos
que essas instituições tiveram tanto no mercado interno como também no de Nova York. No último
caso, o prejuízo aumentou ontem
com a queda de 8% dos títulos da
dívida brasileira.
Os fundos de investimentos também precisaram vender ações em
grande quantidade para fazer frente ao grande volume de resgates.
Com o mercado financeiro brasileiro precisando reequilibrar
seus ativos e passivos, a alta de
18,8% da Bolsa de Hong Kong e o
bom desempenho dos mercados
europeus foram insuficientes para
pôr fim à instabilidade local.
A expectativa em torno do discurso do presidente do Banco
Central norte-americano, Alan
Greenspan, acabou se mostrando
exagerada: ele não disse nada de
novo, ou seja, não sinalizou nenhuma alta dos juros por lá -e
mesmo assim a situação se agravou por aqui ao longo do dia.
Após o discurso, a Bolsa paulista
pareceu que decolaria -subiu
3%, no melhor momento do dia,
seguindo a alta de Nova York.
Quando o mercado nova-iorquino de ações fraquejou, o daqui
veio abaixo. No fechamento, Nova
York ficou praticamente estável,
com alta de apenas 0,11%.
Dessa vez o Banco Central não
vendeu dólar nem títulos cambiais, e a cotação do comercial recuou por conta da enxurrada de
moeda norte-americana da terça-feira, quando o BC vendeu cerca de US$ 5 bilhões, segundo estimativas de bancos e corretoras.
No mercado futuro de dólar, que
reflete a expectativa dos investidores para a desvalorização do real, a
situação foi bem mais complicada.
A cotação do dólar para o dia 1º
de dezembro fechou a R$ 1,118,
projetando uma correção do câmbio de 1,2% para novembro. No
início da semana passada, essa taxa era de aproximadamente 0,8%.
Acompanhando o nervosismo
do dólar, os juros voltaram a subir
no período da tarde. O custo dos
empréstimos de um banco a outro
subiu a 33% ao ano. Durante a manhã, essa taxa era de 24,7%.
O IBV, índice da Bolsa do Rio,
fechou ontem em baixa de 3,5%,
com um volume total de negócios
de R$ 33,33 milhões movimentados em 312 operações. O mercado
carioca começou o dia calmo,
mantendo uma tendência positiva
pequena até o começo da tarde,
quando essa tendência começou a
se reverter, impulsionada por boatos de quebradeira de instituições.
Colaborou a Sucursal do Rio
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