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MÍDIA
Empresa e TV Globo podem se unir
Globopar diz que paga credor em fevereiro
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A reestruturação da dívida da
Globopar, que anteontem anunciou um acordo com parte dos
seus credores, só deverá estar
concluída em meados de janeiro,
e os pagamentos serão retomados
em fevereiro, segundo informou
ontem o presidente da empresa,
Ronnie Vaz Moreira.
Os débitos da empresa, que parou de pagar os credores há dois
anos, somam US$ 1,34 bilhão. A
Globopar é a holding dos negócios de televisão paga do grupo
Roberto Marinho e inclui participações na Net, na Sky e no Projac
(central de estúdios da TV Globo). A TV Globo é garantidora de
mais de 90% das dívidas da Globopar. Segundo Moreira, apenas
US$ 100 milhões não têm garantias da emissora de televisão.
A proposta de reestruturação da
dívida da holding inclui a integração da Globopar e da TV Globo,
que formarão uma nova empresa.
Isso, entretanto, não significa que
os débitos estejam sendo transferidos para a emissora de televisão,
principal geradora de caixa do
grupo.
"O responsável pelo repagamento da dívida é o tomador.
Num primeiro momento, esses
são TV Globo e Globopar. Depois,
a companhia resultante da fusão",
informou a empresa. A criação da
nova companhia depende de
aprovação das autoridades competentes.
O acordo anunciado anteontem
foi acertado com os comitês de
negociação de bancos credores e
de investidores que compraram
títulos emitidos pela Globopar no
exterior. Eles detêm apenas 34%
da dívida total da empresa -US$
421 milhões- e se comprometeram a aprovar a proposta de reestruturação da dívida.
Segundo Moreira, o restante do
débito de US$ 1,34 bilhão está pulverizado no mercado financeiro
entre "poucos bancos e detentores de títulos". Esses credores têm
até dezembro para aderir a uma
das propostas do menu de opções
aprovado pelos comitês de credores. "Já temos advogados entregando os documentos a esses credores no exterior", disse.
"Vamos convocar a primeira
votação em meados de dezembro
e, caso não haja o quórum de 75%
dos credores, 30 dias depois faremos a segunda convocação. Se o
acordo for fechado, depois de
mais 30 dias começaremos os pagamentos", explicou o executivo.
Proposta
Segundo os termos do compromisso firmado com os comitês de
credores, haverá quatro opções de
reestruturação de dívida com diferentes garantias, prazos e taxas
de juro para que os credores escolham a que melhor se adaptar à
sua situação.
Pelos termos da proposta, a
Globopar vai transferir aos credores os recursos que vai apurar
com a venda de parte do capital
da Net Serviços, a operadora de
TV por assinatura do grupo, à
Telmex. Segundo a direção da
Telmex informou à Folha, em julho, quando foi fechado acordo
com a Net, a operação deverá render entre US$ 250 milhões e US$
370 milhões à Globopar.
O acordo prevê, ainda, a realização de leilão de recompra de parte
dos títulos emitidos pela Globopar, até US$ 200 milhões. A empresa pagará entre US$ 0,50 e US$
0,70 por dólar de valor de face dos
papéis. Dependendo do grau de
adesão ao leilão, a medida permitirá à Globopar abater entre US$
241 milhões e US$ 400 milhões do
total da dívida.
No fechamento do acordo, a
empresa se compromete a pagar
US$ 10 milhões ao conjunto dos
credores e mais US$ 26 milhões
referentes à primeira parcela de
juros.
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