São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007

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Com nova alta, Bolsa rompe 65 mil pontos

Mercado acionário registra ganhos pelo mundo, com investidores à espera de mais uma redução de juros nos EUA amanhã

Dólar tem nova queda, mesmo com atuação do BC, e termina o dia vendido a R$ 1,755, sua mais baixa cotação desde abril de 2000

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores começaram a semana, marcada pela nova decisão sobre os juros norte-americanos, animados. Mais um pregão de alta conduziu a Bovespa ao inédito patamar dos 65 mil pontos. A valorização de 1,20% marcada ontem fez com que a Bolsa de Valores de São Paulo comemorasse seu 41º recorde de 2007. A alta acumulada no ano está em 46,25%.
Os dirigentes do Fed (o banco central dos EUA) vão se reunir amanhã para definir como fica a taxa de juros de referência do país, que está em 4,75% anuais. A expectativa predominante entre analistas e investidores é que a taxa irá ser reduzida para 4,5%.
No último encontro do Fed, no mês de setembro, a taxa foi cortada de 5,25% para 4,75%, decisão que agitou os investidores e deu novo impulso às Bolsas de Valores.
Na Bolsa de Nova York, a alta do índice Dow Jones ontem foi de 0,46%. A Bolsa eletrônica Nasdaq se apreciou em 0,47%. O mercado europeu também viveu dia de ganhos: valorização de 0,76% em Frankfurt e de 0,67% em Londres.
A redução dos juros básicos americanos se reflete diretamente na remuneração dos títulos do Tesouro dos EUA -considerados no mercado como os mais seguros do mundo. Esse movimento leva grandes investidores internacionais a optarem por correr mais riscos, na tentativa de conquistar retornos mais robustos. Dessa forma, migram para os mercados acionários, com destaque para os emergentes.
Alexandre Lintz, estrategista-chefe do banco BNP Paribas, prevê que haverá um novo corte nos juros americanos neste encontro do Fed. Segundo Lintz, o mercado entende "que o Fed trabalha para evitar que haja uma recessão no país". Como "os últimos dados econômicos têm vindo fracos e o segmento de crédito ainda atravessa problemas", o mais provável é que a taxa americana seja reduzida mais uma vez, diz.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar também tem refletido esse movimento. A entrada mais forte de capital externo nos últimos dias no mercado brasileiro tem elevado a oferta de moeda estrangeira e apreciado o real.
Mesmo com o Banco Central adquirindo divisas excedentes no mercado, tentando equilibrar o fluxo, a queda do dólar ontem, de 0,79%, empurrou sua cotação a R$ 1,755, a mais baixa desde abril de 2000. Neste mês, o dólar tem queda acumulada de 4,31%.
O IPO (oferta pública inicial de ações) da Bovespa Holding apenas favoreceu esse movimento, pois a operação teve o interesse de muitos investidores estrangeiros. Como a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) também deve lançar suas ações em pregão ainda neste ano, a pressão de queda do dólar tende a seguir nas próximas semanas.

Quebra de recordes
Com alta acumulada de 7,57% no mês, o Ibovespa tem agora uma nova marca, os 65.044 pontos. O Ibovespa é o principal índice da Bolsa paulista e reúne as 63 ações mais negociadas no país. A pontuação registrada pelo índice acompanha a variação do valor de mercado das companhias. Dessa forma, dizer que uma pontuação recorde foi atingida significa que as empresas nunca valeram tanto.
O pregão de ontem teve uma movimentação bastante expressiva, de R$ 7,46 bilhões, bem acima da média diária de 2007 (R$ 4,5 bilhões).
Entre os papéis mais negociados na Bolsa, as altas mais fortes ficaram com Vale do Rio Doce PNA (4,56%) e Petrobras PN (2,43%).


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