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Com nova alta, Bolsa rompe 65 mil pontos
Mercado acionário registra ganhos pelo mundo, com investidores à espera de mais uma redução de juros nos EUA amanhã
Dólar tem nova queda,
mesmo com atuação do BC,
e termina o dia vendido
a R$ 1,755, sua mais baixa
cotação desde abril de 2000
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores começaram a
semana, marcada pela nova decisão sobre os juros norte-americanos, animados. Mais um
pregão de alta conduziu a Bovespa ao inédito patamar dos
65 mil pontos. A valorização de
1,20% marcada ontem fez com
que a Bolsa de Valores de São
Paulo comemorasse seu 41º recorde de 2007. A alta acumulada no ano está em 46,25%.
Os dirigentes do Fed (o banco central dos EUA) vão se reunir amanhã para definir como
fica a taxa de juros de referência do país, que está em 4,75%
anuais. A expectativa predominante entre analistas e investidores é que a taxa irá ser reduzida para 4,5%.
No último encontro do Fed,
no mês de setembro, a taxa foi
cortada de 5,25% para 4,75%,
decisão que agitou os investidores e deu novo impulso às
Bolsas de Valores.
Na Bolsa de Nova York, a alta
do índice Dow Jones ontem foi
de 0,46%. A Bolsa eletrônica
Nasdaq se apreciou em 0,47%.
O mercado europeu também
viveu dia de ganhos: valorização de 0,76% em Frankfurt e de
0,67% em Londres.
A redução dos juros básicos
americanos se reflete diretamente na remuneração dos títulos do Tesouro dos EUA
-considerados no mercado como os mais seguros do mundo.
Esse movimento leva grandes
investidores internacionais a
optarem por correr mais riscos,
na tentativa de conquistar retornos mais robustos. Dessa
forma, migram para os mercados acionários, com destaque
para os emergentes.
Alexandre Lintz, estrategista-chefe do banco BNP Paribas,
prevê que haverá um novo corte nos juros americanos neste
encontro do Fed. Segundo
Lintz, o mercado entende "que
o Fed trabalha para evitar que
haja uma recessão no país". Como "os últimos dados econômicos têm vindo fracos e o segmento de crédito ainda atravessa problemas", o mais provável é que a taxa americana seja reduzida mais uma vez, diz.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar também tem refletido esse movimento. A entrada mais forte de capital externo nos últimos dias no mercado brasileiro tem elevado a
oferta de moeda estrangeira e
apreciado o real.
Mesmo com o Banco Central
adquirindo divisas excedentes
no mercado, tentando equilibrar o fluxo, a queda do dólar
ontem, de 0,79%, empurrou
sua cotação a R$ 1,755, a mais
baixa desde abril de 2000. Neste mês, o dólar tem queda acumulada de 4,31%.
O IPO (oferta pública inicial
de ações) da Bovespa Holding
apenas favoreceu esse movimento, pois a operação teve o
interesse de muitos investidores estrangeiros. Como a
BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros) também deve lançar suas ações em pregão ainda
neste ano, a pressão de queda
do dólar tende a seguir nas próximas semanas.
Quebra de recordes
Com alta acumulada de
7,57% no mês, o Ibovespa tem
agora uma nova marca, os
65.044 pontos. O Ibovespa é o
principal índice da Bolsa paulista e reúne as 63 ações mais
negociadas no país. A pontuação registrada pelo índice
acompanha a variação do valor
de mercado das companhias.
Dessa forma, dizer que uma
pontuação recorde foi atingida
significa que as empresas nunca valeram tanto.
O pregão de ontem teve uma
movimentação bastante expressiva, de R$ 7,46 bilhões,
bem acima da média diária de
2007 (R$ 4,5 bilhões).
Entre os papéis mais negociados na Bolsa, as altas mais
fortes ficaram com Vale do Rio
Doce PNA (4,56%) e Petrobras
PN (2,43%).
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