São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007

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Gol cobra R$ 184 mi da VarigLog, e CVM analisa

Informação deveria ter sido passada ao mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou que verifica a informação de que a Gol está cobrando R$ 184 milhões da VarigLog, de quem comprou a Varig. A cobrança, divulgada anteontem na imprensa, não foi informada ao mercado, o que é exigido pela comissão.
A Gol foi questionada pela CVM duas outras vezes neste ano: sobre os rumores de fechamento de capital da companhia e sobre a compra da Varig, divulgada na mídia antes de ser comunicada ao mercado.
Segundo a Folha apurou, a holding que controla a Gol tentou bloquear na Justiça, por duas vezes, 4,5 milhões de ações PN (cerca de R$ 207 milhões pela cotação de ontem) dadas à VarigLog como pagamento quando a Varig foi comprada em março.
A Varig foi dividida em duas em 2006. A Varig "velha" ficou com as dívidas, e a "nova", com as operações. Dessa forma, a Gol comprou a Varig "blindada", ou seja, sem dívidas.
Essas ações dadas à Varig-Log, entretanto, estão sob custódia do banco Itaú, e por contrato devem ser usadas como pagamento de eventuais "esqueletos" futuros da Varig.
O objetivo do bloqueio seria que esses papéis funcionassem como uma garantia do pagamento dos R$ 184 milhões. A Gol não se pronuncia sobre a cobrança nem informa a que se refere essa dívida da VarigLog.
São os mesmos papéis que são alvo de outra disputa: entre o fundo de investimento americano Matlin Patterson e os três acionistas da VarigLog (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel), que se associaram para investir na ex-subsidiária de cargas da Varig e que depois compraram a própria companhia, revendendo-a depois à Gol.
O fundo acusa os acionistas brasileiros de terem aberto uma conta na Suíça em que teria sido depositada a parcela paga em dinheiro pela Gol na compra da Varig. A operação de compra da companhia previa pagamento de US$ 98 milhões em dinheiro e mais US$ 172 milhões em ações, além de um montante a ser emitido em debêntures (títulos de dívida).
Além disso, o fundo acusava os acionistas brasileiros de terem vendido 1,5 milhão das ações dadas em garantia pela Gol -eram 6 milhões de ações.
O fundo de investimento conseguiu bloquear na Justiça de Nova York, nos Estados Unidos, os recursos depositados na conta da Suíça e parte dos papéis da Gol dados em garantia na compra da Varig.


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